terça-feira, 18 de novembro de 2014

Capítulo 49

-Eu entrei com um processo no orfanato para adotar o Breno
-VOCÊ O QUÊ?
-Sabe, aquele garoto me cativou -Thiago disse com um sorriso
-Você não vale nada mesmo! Se pensa que vai conseguir me atingir fazendo isso...
-Eu já consegui Estella -Ele se aproximou mais de mim- Além disso, é o mínimo que você pode fazer por mim, já que não teve a capacidade de me dar um filho -Dizia enquanto afastava uma mecha de cabelo que estava no meu rosto para o lado- Alias, o Luan já sabe desse seu defeito? -O encarei, meus olhos cheios de medo- Foi o que pensei. Sabe, não me surpreenderia nada saber que o Luan te largou por causa disso.
-Quem te falou que estamos juntos?
-Eu não sou bobo Estella -Thiago me fitou
-Ele não é igual a você! 
-Há é? Tem certeza? -Zombava
-Você não vai conseguir tirar o Breno de mim! -Dizia com os olhos cheios de lágrimas, a voz embargada
-Tudo isso que esta acontecendo poderia ter sido diferente, se não fosse essa sua doença...
-Não -O interrompi- Mesmo que eu fosse perfeita, te desse o número de filhos que você quisesse ter, tudo ainda teria acabado da mesma forma, e sabe por quê? Porque você é incapaz de amar Thiago! Meu maior erro foi ter largado o Luan pra ficar com você! -O confrontei
-Não ouse me enfrentar! -Ele segurou meu braço com força
-Vai mesmo me bater aqui? Na frente de todas essas pessoas? -A essa altura, vários curiosos já observavam a nossa discussão. Rapidamente ele me soltou.
-Você não me conhece, não sabe o que eu sou capaz de fazer -Ele disse ameaçador
-Te conheço, e sei muito bem do que é capaz, mas eu não tenho medo de você, não mais. E fique longe do Breno! 
-Sabe, como entrei com um processo, tenho os mesmos direitos que você
-Eu não vou desistir! -Encarei Thiago uma última vez e fui até a mesa buscar Breno
-O tio Thiago não vem com a gente tia Sté? -Ele perguntou apontando para Thiago, que nos olhava de longe
-Não Breno, ele não vem -Peguei em sua mãozinha e caminhei na direção de meu carro, enquanto Breno acenava para Thiago para se despedir dele.

Tentei aproveitar o resto do dia com Breno, mas depois de tudo o que havia acontecido, estava meio difícil. Sabia que Thiago nãos nos deixaria em paz e que faria de tudo pra me ver sofrer, a ideia de eu estar com Luan e não com ele, feria o seu ego.  
Depois do passeio, deixei Breno no orfanato, e mesmo morrendo de medo de Thiago voltar ali para pegá-lo, eu tive de deixá-lo.
Não tive forças nem para passar em casa, eu precisava desabafar, conversar com alguém, por isso, acabei indo direto para a casa de Luan. Quando ele abriu a porta, o abracei aos prantos, e sem questionar nada, ele apenas retribuiu meu abraço. Fomos para a sala, e lá contei a ele tudo o que havia acontecido, quer dizer, exceto o fato de Breno não ser meu filho e de eu não poder ter filhos:
-O Thiago não pode tirar seu filho de você... -Luan sussurrava tentando me acalmar 
-O pior é que ele pode Luan -Chorava encarando toda a realidade em silêncio
-Não, o juiz não permitiria isso, quer dizer, você é a mãe dele
-É mais complicado do que isso Luan... -Parei um momento para o encarar
-Por que? Tem alguma coisa que quer me contar?
-Não, não tem nada, eu... eu só não quero perder o Breno -Lágrimas caiam sem parar dos meus olhos
-Ei, vai ficar tudo bem, eu te prometo -Ele me aconchegou em seu peito.

Minha noite foi um pouco conturbada, mas graças ao carinho e a paz que Luan me passava, eu consegui pregar os olhos durante algumas horas. Acordamos bem cedo e fomos para o aeroporto, onde o jatinho de Luan esperava para nos levar para Londrina. Havia ligado mais cedo para meu pai e para Marcela, avisando a eles de que á tarde estaria lá com Luan. Meu pai não fez muitas perguntas -Acho que já imaginava o que estava acontecendo entre nós-, já Marcela quase teve um treco quando eu disse que havíamos voltado:
-Você está calada -Luan comentou após algum tempo depois que decolamos- Tá tudo bem? -Balancei a cabeça garantindo que sim
-Está, eu só estava me lembrando das várias vezes que viajei aqui com você -O olhei
-Foi quando a gente começou a ficar, e quando eu percebi o quanto era louco por você
-O mesmo aconteceu comigo -Sorri- Sempre achei que gostava de você apenas como um amigo, mas com o tempo, percebi que estava enganada
-Talvez sempre soubéssemos, só não admitimos um para o outro -Ele acariciou meu rosto
-É, pode ser -Me inclinei lhe dando um selinho. Em poucas horas chegamos a Londrina, pegamos um táxi e Luan logo pediu que ele nos levasse até o seu condomínio:
-Nervosa? -Ele me encarou brincando
-Muito! Seus pais devem pensar horrores de mim, nem sei se deveria ter vindo...
-Não seja tola, você está esquecendo que eles te adoram e o principal, que eu te amo, não tem porque ter vergonha ou medo, o que passou, passou
-Mesmo assim...
-Ei, vai dar tudo certo -Ele sorriu enquanto passávamos pelo portão do condomínio. Alguns quilômetros a frente, paramos em sua casa. Pegamos nossas coisas e quando percebemos, os pais e a irmã de Luan já estavam nos esperando na varanda. Eles sorriam, e aquilo me fez sentir um grande remorso ao perceber tudo o que havia deixado para trás:
-Estella querida! Que saudades de você! -Dona Marizete veio ao meu encontro de braços abertos
-Oie Dona Mari, também senti muitas saudades da senhora -Sorri simpática
-O bom filho a casa torna -Bruna se aproximou sorrindo e me abraçando também- Sabe, já estava na hora de você e meu irmão voltarem! 
-Também senti saudades Bruna -Ri dela
-Bem-vinda de volta Estella -Senhor Amarildo se aproximou formalmente, mas logo em seguida, também me abraçou forte- Sentimos saudades...
-Eu também senhor Amarildo, eu também...
-E ai, vamos entrar? -Luan sorriu para todos, se aproximando para pegar minha em minha mão. Fomos para a cozinha, onde Dona Marizete nos serviu um doce divino -Que só ela mesma conseguia fazer-, enquanto conversávamos sobre tudo o que havia acontecido nesses três anos. Eles perguntaram como eu estava, sobre a minha clínica, mas graças a Deus não perguntaram sobre Thiago, ou sobre porque nosso casamento havia acabado, e eu fiquei grata por isso. Em vez disso, perguntaram como eu e Luan nos encontramos, o que soou bem engraçado quando contamos a eles. Fiquei feliz ao ver que até mesmo Puff ainda se lembrava de mim. 
Ficamos durante algumas horas ali, e depois de pegar ao carro, Luan os avisou de que iríamos para a casa de meu pai e que de lá, iríamos para a chácara, e que eles não precisariam nos esperar ou se preocupar. 

Enquanto Luan dirigia por Londrina, eu ficava fascinada observando tudo o que havia deixado para trás, a vida simples, calma... Tudo parecia fazer tanta falta agora. 
Quando Luan parou em frente a minha antiga casa, eu não pude conter a emoção, ainda mais depois de ver meu pai e Marcela sentados juntos na varanda -Que parecia ter sido restaurada a pouco tempo. Abri a porta do carro e fui correndo até eles. Meu pai se assustou ao me ver, mas logo em seguida, sua surpresa também deu lugar a saudade que sentíamos um do outro. No tempo que estive casada com Thiago, ele quase não foi me visitar em São Paulo e com a minha clínica, eu quase não tinha tempo para ir a Londrina, mas graças a Deus, tudo voltaria a ser do jeito que sempre deveria ter sido. Abracei Marcela logo depois, e chorei horrores quando vi minha amiga de novo, em todo esse tempo, ela sempre foi uma grande confidente, quase uma irmã. 
Luan se aproximou um pouco tímido, mas meu pai o recebeu de uma maneira tão acolhedora, que logo tudo o que havia acontecido, não parecia mais importar.
Nos sentamos na sala, e como na casa de Luan, colocamos o papo em dia. Claro, sempre com algumas perguntas como: "Como se encontraram?", mas também com expressões que mostravam o quanto estavam contentes por nós: "Fico felizes que estejam juntos de novo", "Já estava na hora, né?"
Lembro que em algum momento da conversa, deixei Luan a sós com meu pai na sala e fui para a cozinha com Marcela preparar um chá para nós quatro:
-Parabéns amiga -Marcela me deu uma piscadela- Já estava na hora de vocês ficarem juntos de novo
-Eu tô tão feliz Ma, o Luan é perfeito, ele é atencioso, carinhoso... É tudo o que uma mulher poderia querer em um parceiro.
-Ainda nem acredito que você largou daquele cheto do Thiago, dou graças a Deus todos os dias por isso...
-Não vamos falar no Thiago, quero esquecer de tudo o que vivi com ele, sabe, depois que voltei com Luan, percebi a besteira que fiz e os anos que perdi ao lado de um homem que eu nunca amei por nada
-Esquece isso Estella -Ela disse juntando as xícaras em uma bandeja- O importante é o agora amiga -Ela riu e voltamos juntas para a sala. Ela estava certa, o importante era o agora. 
Depois de algumas horas ali, nos despedimos deles, dizendo o mesmo que havíamos dito aos pais de Luan, deixando marcado um almoço com todos eles amanhã na casa de Luan. 

Em questão de minutos, já nos víamos na estrada rumo a chácara. O sol se punha no horizonte, e de vez em outra, Luan e eu nos entreolhávamos sorrindo, acho que porque lembrávamos dos momentos lindos que havíamos tido ali:
-Chegamos -Ele disse após alguns minutos, enquanto estacionava em frente a casa
-Do mesmo jeito que eu me lembrava -Sorri para ele, que se inclinou para me beijar
-Lembra da primeira vez que te trouxe aqui?
-Nem me lembre Luan! -Desci do carro indo até a porta de entrada, Luan também desceu, correndo atrás de mim e me segurando pelo braço
-Acho que a história vai voltar a se repetir -Ele abriu a porta e me puxou para dentro, já me beijando calorosamente
-Já está se repetindo -Sorri enquanto ele me pegava no colo e me levava até seu quarto. Quando chegamos até lá, Luan fechou a porta e tirou a camisa, vindo até mim e me beijando. Apoiei minhas mãos em seu peito, enquanto ele beijava meu pescoço. O amor e o desejo que sentia por ele naquele momento eram incapazes de serem medidos. Calmamente ele me levou até a cama, onde passamos longos minutos trocando carícias. Quando Luan se aproximou para tirar minha blusa, acebei avaliando o que estava pra acontecer ali, e de súbito, o empurrei de cima de mim:
-Não, não, não... -Levantei da cama andando com as mãos sobre a cabeça pelo quarto
-O que foi Estella? Você não quer... -Luan estava sentado na cama me olhando sem intender
-Eu não posso fazer isso, não posso fazer isso com você -Minhas palavras naquele momento pareciam não fazer nenhum sentido.
-O que você não pode fazer comigo? -Luan se aproximou de mim, alisando meu rosto com seus polegares- Desde ontem você esta estranha comigo, o que está acontecendo?
-Eu não posso mais mentir pra você...
-Mentir sobre o que?
-Luan, Breno não é meu filho...
-O quê? Mas como assim?
-Eu quero adotá-lo, porque... Eu não posso ter filhos Luan, nunca poderei ter... -Ele me soltou, me encarando seriamente. Naquele momento, fiquei ciente de qualquer que fosse a sua decisão, eu não poderia culpá-lo, talvez Thiago estivesse certo, talvez tudo fosse culpa minha. [...]

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Capítulo postado moçada! 
Perdões pelos erros ortográficos, não tive tempo pra corrigir o capítulo.
Mais e ai? Estão curtindo a fic? 
Eita! Thiago sempre aprontando e metendo o bedelho onde não deve... Mas e o Luan, como será que ele vai reagir depois de saber que a Estella nunca será capaz de ter filhos ou de formar uma família?
Gostaria de avisar também que a fic vai acabar nos próximos capítulos. Como vocês devem estar percebendo, eu estou demorando bastante para postar e acredito que não estou me dedicando a fic da maneira que deveria, por isso, acho que será melhor adiantar o final da fanfic.
Comentem que logo mais estarei de volta! Bjinhos, Nati ;)

E GOSTARIA DE DIVULGAR ESSA FIC MARAVILHOSA AQUI ► "LUAN SANTANA NOSSO ANJO" ◄ TÁ NO COMECINHO E É PERFEITA! *-* BORA LER???

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