-Por quê fez isso? -Falei desesperada tocando meus lábios com o dedo indicador
-Estella, me desculpa, eu.. não deu pra resistir! -Ele tentava se explicar
-Droga Luan! Isso não poderia ter acontecido! -Disse me movendo até onde estavam minhas malas, começando a juntar tudo
-O que você está fazendo? -Ele se aproximou
-Pegando minhas coisas
-Vo... Você vai embora? Agora? -Falava nervoso
-Por favor, eu tenho que ir... -Peguei minhas coisas tentando passar por ele
-Não, você não pode! -Ele bloqueava meu caminho
-Luan, por favor, me deixe passar!
-Nós temos que conversar. Sobre o que aconteceu, eu...
-Luan, nós não temos nada pra conversar, nada aconteceu -Dizia alterada
-Você faz ideia do quando esse beijo significou pra mim? Faz ideia de quantos dias eu me preparei pra te dizer tudo o que estava sentindo?
-Luan, eu não entendo, por quê fez isso? Nós éramos amigos -Meus olhos começaram a marejar
-Não dava mais pra negar que eu estava gostando de você! Poxa Estella, eu estou apaixonado!
-Você escolheu a pessoa errada pra amar -Sentia as lágrimas começando a rolar por meu rosto
-Por favor Estella, nós poderíamos tentar, eu sei que estou sendo precipitado, mas...
-Luan, o meu coração pertence a outro homem! Por favor, entenda isso! -Disse alto o encarando. Um silêncio arrebatador tomou conta do ambiente, baixei a cabeça e passei correndo por Luan. Depois que sai do quarto, topei com Marla nas escadas:
-Oi Estella, eu estava indo... -Eu não iria conseguir falar com ela, não naquele estado. Passei por ela sem trocar nenhuma palavra. Tudo o que eu queria era sair logo dali. Ir embora para bem longe. Há essa altura, quando passava pela recepção, as lágrimas já haviam tomado conta de mim.
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"Luan, o meu coração pertence a outro homem! Por favor, entenda isso!" Suas palavras ainda vagavam em alto e bom som por minha mente, mesmo depois de ela ter saído ás pressas dali. Naquele momento, eu me sentia o cara mais patético e idiota do mundo. Como eu fui tolo em me apaixonar por ela. Desde o início eu deveria ter percebido que as coisas não poderiam ter saído de outro jeito. Me encostei de leve na parede, quando Marla entrou no quarto:
-Luan, você sabe o que aconteceu com a Estella? Acabei de passar por ela agora, e... -Ignorava suas palavras, ainda pensando no que havia acontecido- Luan? Você está bem?
-Estou -Me virei a encarando rapidamente, passando por ela logo em seguida
-Luan, espera! -Ela gritou enquanto passava pela porta, me fazendo parar- E a Estella? Você ainda não me disse o que aconteceu aqui
-Não aconteceu nada -Baixei meu olhar, lhe dando as costas e descendo para a recepção. O show tinha que continuar.
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Consegui passar pela recepção sem que ninguém da equipe me visse. Do lado de fora, na praia de Copacana, as pessoas ainda tinham seus olhares voltados para a queima de fogos, que deslumbravam o céu de uma forma mágica:
Ver aquilo só serviu para abalar mais meu emocional. Vi um táxi se aproximando e logo estendi minha para que ele parece. Abri a porta e entrei no banco de trás:
-Para onde moça? -O motorista perguntou automaticamente, ignorando o fato de eu estar aparentemente abalada. Certamente deveria enfrentar situações assim todos os dias, ainda mais em uma cidade grande como o Rio
-Para o aeroporto, eu preciso sair daqui -Ele não questionou nada, apenas tratou de dirigir.
A demora no caminho, e o congestionamento, só serviram para me fazer sentir mais culpada do que já estava. Vitor. Era incrível como eu ainda me sentia ligada a ele. Ele foi meu primeiro amor, e eu jurei a ele que seria o último. E depois de ter beijado Luan, tudo o que eu queria era contrariar minha promessa. Eu não conseguia me imaginar nos braços de outro homem. Muito menos vivenciar um romance com qualquer outra pessoa que não fosse Vitor. Eu o amei até o último segundo.
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Depois que me reuni com a galera da banda, todas perguntaram sobre Estella, e o porque de eu estar tão estranho. Apenas disse que ela teve uma emergência de família e teve que ir, e que eu apenas estava preocupado com o que havia acontecido. Eu nunca menti muito bem, e não acho que tenha acreditado na minha estória, mas só por terem deixado aquele assunto de lado, agradeci demais:
-Pronto pra se apresentar Luan? -Bel havia acabado de sair do palco e agora caminhava sorridente em minha direção
-Tô mais pra ansioso! Primeira vez que vou me apresentar aqui assim -Forcei um sorriso
-Vou subir rapidinho pra me arrumar e vou descer pra ver sua apresentação
-Nossa cara, vai ser uma honra pra mim -Ele ia saindo, mas se deteve
-Aonde está aquela sua amiga? Ela não vai ver sua apresentação? -De novo não... Em uma fração de segundos meu sorriso se desfez
-Não, ela.. ela teve que ir embora
-Nossa Luan, que chato cara -Ele colocou sua mão sobre meu ombro- Olha, vou subir e depois a gente se fala -Ele saiu
-É, chato -Sussurrei baixinho. Vendo Anderson se aproximar. Certamente para me avisar que estava na hora de subir no palco.
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Depois que finalmente cheguei ao aeroporto, agradeci ao taxista e corri até a bilheteria para comprar a passagem:
-Uma para Londrina-PR, por favor -Falei para a moça
-Desculpe, temos um avião escalado para Londrina, mas é só amanhã
-Tem algum voo hoje que vai para o Paraná -Ela conferiu no computador, e assim como o taxista, parecia fingir não notar meu nariz vermelho, nem minha expressão cansada
-Temos um voo para Curitiba daqui uma hora e meia
-Pode ser... Eu só quero chegar em casa.
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Subir ao palco depois de tudo o que aconteceu entre mim e Estella foi difícil, mas havia milhares de pessoas ali, esperando para me ver, minhas fãs... Eu não podia desaponta-los. Nas primeiras músicas, foi inevitável não demonstrar o quanto eu estava para baixo, mas depois de ver minha lindas ali embaixo, gritando meu nome, mostrando o quanto estavam felizes apenas em me ver, senti minhas forças se renovarem, e dei o meu melhor.
Horas depois, sai do palco sobre uma explosão de aplausos. Sob escolta, consegui passar no meio das pessoas e voltar para o hotel:
-Ai meu Deus! Luan Santana! Pode me dar um autógrafo?
-Testa! O que cê tá fazendo aqui cara? -O abracei
-Pensei que trabalhava pra você, já esqueceu?
-Não cara, que isso. Já viu todo mundo?
-Já sim, menos a Estella -Só de ele falar meu nome, senti meu coração ser abalado mais uma vez, e instintivamente baixei a cabeça- As meninas disseram que ela teve que voltar para casa, por causa de um problema de família... Mas, nós dois sabemos que não foi bem isso que aconteceu né Luan? -O encarei, era incrível como meu amigo me conhecia- Quer falar sobre o que aconteceu?
-Muito, mas não aqui...
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Já se passavam das 04:00 am quando cheguei a Londrina. Depois de chegar a Curitiba, peguei um táxi até a rodoviária, e lá, consegui um ônibus para casa.
Peguei o celular e coloquei em contatos. Pensei em ligar para meu pai, mas não queria acorda-lo, ele acordava todos os dias cedo para ir trabalhar, e justo hoje que era feriado ele merecia descansar, poderia ligar para Marcela, mas ela estava em uma viagem com os pais em Gramado-RS, visitando os parentes. Infelizmente, por necessidade, tive que ligar para Thiago, era isso, ou andar 15km de apé até em casa.
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Estava dormindo, quando de repente, ouvi meu celular tocar. Tateei a mão pelo criado mudo até conseguir alcança-lo, a essas horas, só poderia ser o pessoal do hospital:
-Alô? -Atendi sem olhar no visor
-O.. Oie Thiago, tudo bem? -Ao ouvir sua voz, me sentei rapidamente na cama
-Oi Estella! Estou bem e você?
-Não muito -Senti um tom de tristeza em sua voz
-O que aconteceu? Você está bem?
-Estou sim. Me desculpe de acordar, sei que está tarde, mas é que eu estou aqui na rodoviária, resolvi vim embora hoje mesmo do Rio pra passar o feriado com meu pai, será que você poderia vim me buscar?
-Vo.. Você está aqui em Londrina? Claro! Daqui a alguns minutos eu chego ai -Ela me falou o nome da rodoviária, e depois de pegar todas as coordenadas desligamos. Eu estava radiante. Ela poderia ter ligado para que qualquer outra pessoa fosse busca-la, mas ela ligou para mim, o que mostrava, que de certa maneira, ela gostava de me ter por perto. Depois de vestir uma calça jeans, colocar uma camiseta e pegar uma jaqueta no guarda-roupas, peguei as chaves da caminhonete, e sai para busca-la.
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Estava sentada em um dos bancos da rodoviária, ainda esperando por Thiago. Já se passava das 04:30 am, e a rodoviária já estava quase vazia. Eu ainda estava usando meu vestido branco, na pressa, nem deu tempo de tira-lo, e agora, o frio me consumia. Estava distraída, mexendo no celular, quando senti alguém tocar meu ombro:
-Tudo bem moça? -Era o zelador da rodoviária
-Tudo
-Precisa de algo?
-Não, não, estou esperando um amigo
-Há, tudo bem
-Ei cara, o que você pensa que está fazendo? -Pela voz, deduzi que era Thiago. Quando me virei para ver o que estava acontecendo, vi Thiago empurrando o pobre homem
-Calma Thiago, está tudo bem! -Me levantei me aproximando dele, mas ele parecia não me ouvir, agora segurando o homem pelo colarinho da camisa
-Você acha que pode se aproveitar dela assim, só por que ela está sozinha? -Thiago falava nervoso
-Thiago, está tudo bem! Ele não fez nada, só queria saber se estava tudo bem comigo! -Segurei em seu braço, e ao me ver, ele pareceu se acalmar mais
-Ele estava com as mãos em você Estella -Thiago me olhava sério
-Eu te juro, ele não fez nada, agora solte ele, por favor -Thiago olhou para o homem, que estava super apavorado, depois de alguns segundos, finalmente o soltou- O senhor está bem? -Me aproximei dele
-Estou sim -Parecia tentar recuperar o fôlego
-Thiago, você não vai dizer nada? -O olhei
-Me desculpe, eu perdi a cabeça por um momento
-Tudo bem meu rapaz -O senhor colocou as mãos na cintura tomando fôlego e saindo dali
-Thiago, o que foi isso? -O encarei indignada
-Eu pensei que fosse algum pervertido -Enquanto ele falava, lhe dei as costas- Além disso, eu já pedi desculpas
-O que você acha? Que eu sou uma menininha besta que não sabe gritar por ajuda? Não precisava ter feito essa cena!
-Você sabe que eu me preocupo com você! Por favor, me perdoe Estella -Segurou em minha mão, atraindo meu olhar para si
-Está perdoado -Me dei por vencido
-Senti saudades -Ele me abraçou com força. Parando para me olhar logo em seguida- Você está gelada, melhor colocar isso -Falou retirando sua jaqueta
-De verdade Thiago, não precisa
-Eu faço questão -Ele a colocou sobre meu ombro
-E você?
-Vou sobreviver -Brincou. Depois disso, fomos caminhando calmamente até seu carro. Como de costume, ele abriu a porta para que eu pudesse entrar primeiro e depois entrou, ocupando o lugar do motorista:
-Não sabia que voltava hoje
-Nem eu -Baixei o olhar
-Me diga, o que aconteceu?
-Não aconteceu nada Thiago, eu só.. só estava com saudades de casa
-Também estávamos com saudades de você -Ele sorriu para mim, e eu apenas encarei as mãos tímida, torcendo para que ele não prolongasse aquele assunto. Fomos o caminho todo conversando, e diferente do que esperava, ele não tocou nenhuma vez na proposta que havia me feito, nem sei se teria cabeça para responder a algo assim hoje, e ele parecia estar notando isso:
-Bem, acho que chegamos -Ele disse parando a caminhonete em frente a minha casa
-Você não quer entrar? Posso preparar um cafezinho rápido pra nós dois
-Não que incomodar
-Não será incomodo nenhum. Por favor, é o mínimo que posso fazer depois de ter te acordado de madrugada
-Estella, você sabe que eu nunca negaria um pedido seu -Mais uma vez, suas palavras me deixaram sem graça
-Eu sei -Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha- E então, aceita?
-Já que você insiste -Riu. Descemos do carro, e com muito cuidado, abri a porta da casa com a minha chave extra, para não acordar meu pai. Liguei a luz da sala e joguei minha bolsa sobre o sofá:
-Fique á vontade, eu já volto -Disse
-Tudo bem, vai lá.
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Estella foi em direção a cozinha, e enquanto isso, me aproximei de uma estante cheia de fotos dela, do pai, da família... mas teve uma que me chamou mais a atenção. Uma não, várias fotos dela com um rapaz. Se abraçando, rindo e até mesmo se beijando. Aquilo me causou um leve desconforto. Observando mais um pouco, vi fotos dos dois juntos em uma festa de peão, na seguinte, ele estava montando em um touro. Vitor Gouveia. Visualizei seu nome no quadro. Então era assim que ele se chamava. Mas, qual seria seu envolvimento com Estella? Eu iria descobrir:
-O café! -Estella veio da cozinha com uma bandeja em mãos
-Hum, parece ótimo! -Me sentei com ela no sofá. Vitor Gouveia... [...]
Gatitas, não me matem, por favor! Olha, era pra mim ter postado na quarta-feira passada, mas o colégio não tá dando forga =/
E ai, curtiram o capítulo?????? -Espero que sim! kkk-
Olha, nem deu tempo de corrigir, portanto, mas uma vez perdão pelos erros de escrita, ok?
Comentem que logo, logo eu tô de volta! Juro! ;) bjsssssss, Nati.
Eu to ficando com medo desse Thiago ! Estella fuja rápido, eu te dou cobertura ! Kkk
ResponderExcluir@lovaticdols
adorei continua
ResponderExcluirisa
eita tadinho do LUAN ficou arrasado, poxa Estella tem q fugi logo enquanto a tempo esse cara e muito estranhoo, tenho medo dele kkk...
ResponderExcluircontinuaaaa
@solangefrazo2