quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Capítulo 46

Antes de começarem a ler, gostaria de indicar essa fic maravilhosa aqui ► Não desisto de você ◄ tá no comecinho ainda, mas eu tô lendo e posso garantir que a escritora arrasa! *-* Bora ler????

Agora, façam uma boa leitura! ;)

------------------------------------------------------------------------

-Se sente melhor? -Luan perguntou calmamente, enquanto ainda me mantinha presa ao seu peito. Estávamos sentados no sofá da sala, e fazia horas que ele estava ali comigo, ouvindo cada um dos meus desabafos com atenção e secando cada lágrima que corria pelo meu rosto com o maior carinho e cuidado do mundo.
-Sim -Disse passando as mãos pelos meus olhos que estavam marejados- Obrigada por ter vindo, não sei nem como te agradecer -Me soltei dele para poder encara-lo
-Sabe que sempre pode contar comigo -Ele acariciou meu rosto- E seu filho? -Luan perguntou de repente e eu me assustei, até que me lembrei de que ele estava se referindo a Breno. Droga! Maldita hora para eu ter mentido
-Ele... Ele está com uma grande amiga minha
-Por que não o trouxe para cá?
-Não quis trazê-lo para cá, porque fiquei com medo de Thiago aparecer e tomá-lo de mim
-Ele não pode fazer isso, quero dizer, você é a mãe dele! -Luan me olhava indignado, ele realmente se importava com o que estava acontecendo. Sem dizer nada, desviei meu olhar para um relógio que estava na parede a nossa frente. Já se passavam das onze horas da noite.
-Como a hora passou rápido! -Olhei novamente para Luan- Não quero que se sinta forçado a ficar aqui por minha causa, eu já estou bem e você pode voltar para casa agora...
-Está me mandando embora? -Ele arqueou uma sobrancelha para me encarar
-Não, não foi isso que eu quis dizer, eu... -Não sei como ainda consegui falar, quando percebi que Luan já havia inclinado o corpo para poder ficar mais próximo de mim. Minha voz foi sumindo aos poucos, dando lugar a um doce beijo entre nós dois. Eu já não controlava mais os meus desejos. Aos poucos, Luan foi me deitando no sofá, levando seu corpo junto com o meu:
-O que você faz comigo? -Ele disse ofegante, afastando seus lábios brevemente dos meus
-Luan, por favor... -Disse segurando seu rosto em minhas mãos, trazendo seu olhar para mim- Eu não posso fazer isso, não sei se algum dia conseguirei, acabei de me divorciar, minha vida está uma bagunça...
-Então me deixe te ajudar a concerta-la -Ele saiu de cima de mim, voltando a se sentar no sofá, me puxando pela mão para me abraçar forte. A essa altura eu já estava novamente em prantos- Eu vejo uma nova chance para nós dois, por que você não se permite enxergar isso também? -Ele dizia sem pausas em meu ouvido
-Não quero ferir ninguém, mas principalmente, não quero mais me ferir
-É isso que você acha? Que eu seria capaz de fazer o mesmo que Thiago?
-Não Luan, vocês dois são completamente diferentes!
-Não foi isso o que eu entendi -Ele se levantou do sofá, parecia ter ficado chateado comigo
-O que estou tentando dizer, é que eu não sirvo pra você! Eu nunca conseguiria te fazer feliz Luan!
-Está enganada -Ele se virou pra me olhar- Os dias que passei ao seu lado foram os mais felizes da minha vida
-Sinto muito ter te decepcionado
-Você não me decepcionou -Caminhou de volta a mim- Talvez, nós precisássemos de um momento. Não sei, acho que para vermos o quanto conseguiríamos ficar um sem o outro. Eu nunca te esqueci Estella, não teve um dia, nesses três anos, que eu não tenha pensado em você, e eu estou disposto a lutar novamente por nós dois
-Por que Luan? -Perguntei, a voz embargada
-Porque eu acredito. Acredito que ainda não tenha acabado.
-Você sabe que...
-Eu sei. Você está passando por uma fase difícil agora, mas saiba que eu vou continuar tentando -Segurou meu queixo- Sabe que eu sempre consigo o que quero -Sorriu- Você deve estar cansada, melhor eu ir agora. Tem certeza que vai ficar bem?
-Vou, vou sim
-Por favor, se cuide -Ele se aproximou lentamente, dando um beijo na minha testa
-Você também -O abracei
-Estava com plano de ficar aqui em Sampa até o fim da semana, mas amanhã cedo já tenho que viajar -Ele acariciava meus cabelos- Será que... Que podemos nos ver quando eu voltar? -Ele me encarou, parecia ansioso pela minha resposta
-Claro Luan, claro que podemos -Acariciei seu rosto sorrindo.
Depois que Luan foi embora, senti o vazio me consumir por completa. Não faço ideia da hora que fui dormir, acredito que foi quando já não tinha mais lágrimas para derramar.
E no dia seguinte, tentei parecer bem, quando estava derrotada por dentro. Lembro de ter ligado para meu pai na hora do almoço, e contado a ele sobre o fato de eu e Thiago estarmos nos separando, e de não ter conseguido me segurar e chorado ao celular. Pela tarde passei no cartório, para adiantar as papeladas do divórcio e depois novamente no orfanato. Só de ver Breno me senti bem melhor, eu amava tanto aquele garoto, acho que vê-lo foi a melhor parte do meu dia.

E assim foram meus dias, até o fim de semana chegar. Lembro que depois de mais um dia cansativo de trabalho, segui para casa para poder descansar. Deixei o carro na garagem, e depois de notar a porta da frente destrancada, senti o medo me invadir. Apesar do receio que sentia naquele momento, adentrei a casa lentamente, e não posso deixar de dizer que fiquei mais espantada ainda, quando encontrei Thiago sentado no sofá da sala:
-Thiago? Mas o que você pensa que está fazendo aqui? Como você entrou?
-Oie pra você também -Me olhou dos pés a cabeça- Já se esqueceu que essa casa também e minha e que eu também tenho uma cópia da chave? Deveria ter trocado a fechadura se não quisesse me ver aqui -Ele riu sínico
-O que você quer?
-Na verdade, é o que você quer -Ele se levantou vindo em minha direção com alguns papéis em mãos- Sua advogada me mandou hoje os documentos do divórcio -Ele falou, enquanto estendia os papéis para que eu pegasse. Olhei rapidamente cada um, e vi que estavam todos assinados por ele
-Você já assinou? -Disse o olhando pasma
-Não era isso que você queria que eu fizesse? Acho que a partir de hoje, você está oficialmente livre de mim
-Pensei que...
-Que teria problemas comigo em relação a isso? -Ele me encarava fortemente- Acho que não havia mesmo alguma outra forma da nossa história acabar, se não assim, acredite, eu tentei tanto evitar que isso acontecesse de novo -Ele passou por mim, se dirigindo até a porta- Sabe, os finais costumam se repetir -Me lançou um um olhar misterioso (misterioso demais até para ele mesmo) e saiu pela porta, juro que naquela hora, senti um grande calafrio começar na minha espinha e percorrer todo o meu corpo. Dias se passaram e eu não tive mais notícias dele. E nem queria. [...]


Olá anjas! Tudo bem com vcs????
Please pela demora =/ -Mais uma vez! kkkkk- Cheguei de viagem, e não tive tempo para mais nada, além de me dedicar ao colégio, porém hoje, arrumei um tempinho para escrever.
Sei que não anda acontecendo muitas coisas no capítulo, mas é que eu estou tentando segurar um pouquinho antes de fazer as coisas realmente acontecerem, e algo me diz que vocês vão curtir muito um momento que vai acontecer entre o Lu e a Sté no próximo capítulo! *-*
Uau! Thiago aceitou o divórcio numa boa! O.O mas e que papo estranho foi aquele dele? Será que ele está planejando algo?
Comentem, comente, comentem! Bjs e até o mais breve possível! kkkkkkkk -Nati.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Capítulo 45

-O que você tem a me dizer em relação a isso? -Thiago perguntou depois de um longo momento de silêncio entre nós dois. Se aproximou mais de mim, seus lábios bem próximos ao meu ouvido. Sua mão já segurava mais firme o meu pescoço
-Pare agora -Disse com a voz um pouco embargada
-O que você disse? -Ele me olhou um pouco confuso. Eu nunca o havia enfrentado antes
-Eu disse pra você parar! -Disse desta vez um pouco mais confiante, e o empurrando para bem longe de mim. Por estar bêbado, Thiago acabou perdendo o equilíbrio e tendo que se segurar na parede oposta a que eu estava. Meu corpo estava ofegante, e alguma força desconhecida não deixava que eu saísse correndo dali. Ele me observava com seus intensos olhos azuis, um pouco assustados -Eu acho- Talvez pela minha ousadia
-Você me empurrou? -Ele perguntou enquanto recuperava o equilíbrio e voltava a caminhar até mim- Por que fez isso? -Ele estava bem perto de mim, porém não me tocava
-Não quero que me bata mais, nunca mais! Eu não vou mais aceitar!
-Você é minha! -Ele gritou me apanhando pelo braço e me puxando pra ele- Eu faço o que quiser com você! Ouviu?
-Não! Eu não sou sua! Eu não sou de ninguém! -Em um movimento rápido consegui me soltar dele- Eu cansei de toda essa porcaria Thiago! Cansei de você! Cansei dessa vida que nós levamos fingindo que é perfeita! Cansei de toda essa mentira! Eu pensei que houvesse alguma salvação pra você, mas não há! Como eu fui tola -Dizia enquanto levava as duas mãos até a cabeça em sinal de desespero- Esse sempre foi você, mas foi preciso que eu perdesse três anos da minha vida para que conseguisse enxergar isso! -Disse lhe dando as costas e caminhando rápido em direção ao nosso quarto
-O que você vai fazer? -Ele gritava enquanto caminhava rápido atrás de mim
-Eu vou embora! É isso que eu vou fazer! -Me tranquei dentro do nosso quarto, e me deitei na cama, enquanto o ouvia bater na porta sem parar. Confesso que a noite havia sido bem longa...

Acordei bem cedo no outro dia, fiz minhas malas, e organizei um pouco das minhas coisas em uma pequena caixa. Tudo o que eu queria, era me ver o mais rápido possível longe dali. Minhas olheiras só deixavam evidente o quanto eu estava cansada de tudo aquilo. Durante muito tempo, eu tentei me convencer de que aquilo não me afetava, de que tudo ficaria bem, mas como sempre, eu estava errada. Sim, de toda aquela história, eu era a pessoa que mais sofria as consequências. Thiago não tinha a menor chance de melhorar.
Assim que abri a porta, com todas as minhas coisas nas mãos, fiquei surpresa com a figura mal cuidada que encontrei no chão. Thiago estava encostado na parede que dava acesso ao quarto, seus cabelos estavam bagunçados, e sua roupa toda amassada. Achei estranho, já que eu nunca o havia visto naquela situação.
Quando me viu, ele se levantou rapidamente e parou na minha frente:
-Eu já vou, depois peço pra minha advogada te mandar os papéis do divórcio... -Disse fria, o que soou estranho até para mim
-Não faça isso Estella, por favor, eu te amo, te amo de um jeito que eu não consigo explicar! Eu estava bêbado ontem a noite e...
-Quando você fez isso -Disse mostrando a mancha roxa em meu braço para ele- Você não estava bêbado, estava sóbrio como está agora
-Eu juro que não faço mais, eu deveria estar nervoso...
-Não faça promessas que não pode cumprir! Você sempre me diz isso, sempre, e nunca muda Thiago! Eu cansei, já aguentei coisa demais, agora, simplesmente não da mais!
-Por favor Estella, eu não vou conseguir viver sem você...
-Há, você vai, assim como eu vou! -Disse me dirigindo até a sala para sair do apartamento
-Pra onde você vai?
-Pra nossa casa, na Zona Oeste, por direito, metade dela também é minha, mas não pretendo ficar lá por muito tempo...
-Eu te imploro, não vá... -Suas lágrimas já corriam incansavelmente pelo rosto
-Sinto muito, já tomei minha decisão... -Abri a porta da sala- Só, não me procure mais, está bem? Adeus Thiago -Fechei a porta, e desci para a garagem, onde peguei meu carro e fui diretamente para minha clínica. Eu precisava esvaziar minha cabeça, e essa foi a única maneira que encontrei para fazer isso.

Depois do horário de trabalho, e de atender todos meus pacientes, fui para o orfanato, onde fiquei horas brincando com Breno. Eu amava aquele menino, e o fato de estar me separando de Thiago tornaria sua adoção um pouco mais complicada, mas eu não desistiria:
-A senhora está bem Tia Sté? -Ele perguntou enquanto o ajudava a montar um quebra-cabeças
-Estou sim querido -Passei a mão pelo seu rostinho lindo. Mas depois de me despedir dele e ir para casa, me dei conta do quanto estava abalada.
Enquanto arrumava as coisas no lugar, tudo o que eu conseguia fazer era chorar. Em uma volta pela casa, acabei me deparando com o quartinho que eu e Thiago tínhamos montado para nossa filhinha. As paredes ainda tinham cheiro de tinta, e os poucos móveis que não haviam sido doados ainda se encontravam intactos lá dentro. Chorei tanto ali, que penso ter acabado com todas as minhas lágrimas. Eu precisava desabafar, precisava conversar com alguém, precisava por para fora tudo o que estava sentindo. Podem me chamar de louca, eu devo mesma ser, mas o primeiro número que me veio a cabeça foi o de Luan:
-Estella! Que bom que você me ligou de novo! -Sua animação do outro lado da linha era contagiante
-Luan... -Mal disse seu nome e desatei a chorar
-O que foi Estella? O que está acontecendo?
-Me desculpa, eu nem deveria ter ligado...
-Não, não, não! Não desliga, me diz aonde você está que eu vou praí agora! -Tudo o que consegui fazer foi passar o endereço pra ele.
Quanto mais a noite caia, mas eu começava a me sentir perdida e sozinha. Se Vitor pudesse me ver agora, tenho certeza que ele diria: "O que você fez pra acabar nessa situação Estella?", e eu acabaria respondendo a ele, que nem eu mesma sabia.
Fui tirada de meus devaneios quando ouvi a campainha tocar. Tive medo de que fosse Thiago, não queria que ele tivesse um gostinho a mais em ver como eu estava me sentindo, porém, mesmo assim me levantei. Fechei a porta do quarto da minha filhinha e caminhei vencida pelo cansaço até a porta. Quando a abri, senti as lágrimas virem com força total, quando vi que Luan estava bem ali, na minha frente:
-Você veio -Lágrimas caiam sem parar
-Ei, eu não disse que viria? -Prontamente pulei em seus braços e o abracei com força. Luan era o tipo de pessoa com a qual a gente sempre podia contar- O que aconteceu? -Ele sussurrou no meu ouvido
-Você tinha razão, meu casamento com Thiago nunca passou de uma farsa... -Dizia entre soluços, enquanto tomava coragem para encara-lo- Nós nos separamos... -Sem me deixar continuar, Luan me abraçou com força, sentir seus braços em torno de mim foi acolhedor. Ele era assim, com pequenos gestos, conseguia dizer tudo. [...]



Hola negas! Como están? *-* kkkkk
Mil desculpas pela demora pra postar, era pra esse capítulo ter saido ontem, mas só hoje tive tempo de entrar aqui =/
Odeio dizer isso, mas a fic está entrando na reta final, mais alguns capítulos e chegaremos ao fim. Desde já, gostaria de agradecer a todas que me acompanham desde o início, desde quando comecei a escrever minha primeira fic, a Te Vivo, se lembram? :)
Provavelmente, depois da "Não era um Anjo. Era você", eu só vou escrever mais uma fic, que já está nos planos, e que já está com 3 capítulos prontinhos! Vai ser uma história com um assunto diferente de todas as outras que já escrevi aqui, trata de um assunto que está fazendo sucesso atualmente, e acho que vocês vão curtir, prometo me desempenhar ao máximo nela -Já que será minha última fic. Mas por enquanto, não quero que se preocupem muito com isso, ainda temos uma longa jornada pela frente!
Então é isso, obrigada por todos os comentários fofos do capítulo anterior e talvez no fim de semana, se tudo correr bem, entro pra postar outro, ok? Bjsss, se cuidem! ;)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Capítulo 44

-Quem te fez isso? -Ele me olhava espantado
-Eu já te disse, eu bati sem querer na porta...
-Todo esse estrago não foi feito apenas por uma porta... Foi feito por alguém, uma pessoa... -Seus olhos castanhos congelaram nos meus- Foi o Thiago que fez isso com você? Foi ele que te machucou? 
-Isso não é da sua conta Luan! Me solta! 
-Desde que esteja acontecendo algo de ruim com você, é sim da minha conta! 
-Olha quem fala, o cara que dorme com a maior quantidade de mulheres que pode sem nem mesmo saber o nome de nenhuma delas! -Gritei finalmente conseguindo soltar meu braço de sua mão. Ele ficou em silêncio, enquanto em passos largos eu caminhava apressadamente até a porta. La fora a chuva caia forte, meu carro estava longe, mas não me importei, entrei na chuva assim mesmo. Tudo o que eu queria era poder chegar logo em casa. Quando estava alcançando o carro, senti uma mão me segurar novamente pelo braço:
-Você acha mesmo que eu sou apenas mais um cafajeste? -Luan me olhava indignado, quando disparou a falar- Saiba que se eu dormi com o maior número de mulheres que eu pude nesses três anos, foi porque eu estava tentando achar uma que me fizesse te esquecer! Mas quer saber, eu não consegui! E por quê? Porque o idiota aqui ainda te ama! -Sem ao menos me dar o direito de raciocinar, Luan colocou seu corpo no meu e me puxou para um beijo profundo. Seus lábios buscavam os meus loucamente, enquanto suas mãos deslizavam pela minha cintura, buscando uma maneira de nos colocar ainda mais perto um do outro. Não sei se foi fraqueza, mas não consegui resistir ao seu ataque. Me entreguei a ele, o beijando também, enquanto deslizava minhas mãos por seus braços fortes e malhados. Estávamos ensopados, nossas roupas coladas no corpo. Luan agarrou uma de minhas mãos e a levou ao seu peito, me fazendo sentir as constantes batidas do seu coração. Aquilo estava perfeito. Por um momento, até consegui esquecer de todos os outros detalhes sórdidos da minha vida. Quando de repente, a dor do meu braço me trouxe de volta para a realidade:
-Luan, eu não...
-Não sabe o quanto desejei poder sentir seus beijos outra vez... -Luan sussurrou por entre meus lábios. Como resistir?
-Eu sou casada! -Gritei o empurrando, e de repente, ele pareceu paralisado de novo- Eu não posso fazer isso Luan, não posso! Essa não sou eu! -Me virei lhe dando as costas e me dirigindo em direção ao carro
-Você não o ama! Nunca amou! -Ele disse vindo atrás de mim
-Como pode dizer isso? -Disse me voltando contra ele
-Por que eu senti Estella, eu sei que ainda não acabou -Tentei me afastar de novo, mas Luan me segurou pela mão
-O que você quer de mim? -Disse já sem paciência
-Me prometa que não vai deixar com que ele encoste mais em você, não deixe que ele te machuque...
-Luan... -Tentei argumentar
-Se esse cara encostar novamente em você, eu juro que eu ligo pra polícia, juro que ele será preso... Você não merece isso -Luan alisou meu rosto com a costa de suas mãos
-Talvez mereça sim... -Disse me lembrando da minha doença
-Não, não merece... -Luan segurou em meu queixo, mantendo nosso olhar- Dá pra ver que você não está feliz, que não está bem, você não tem mais aquele sorriso encantador de antes, mesmo assim, continua bela como sempre foi -Estava sem palavras- Me prometa que não vai mais se deixar levar por esse cara, que vai ser feliz, como eu quero que você seja.
-Eu tenho que ir Luan -Me afastei dele abrindo a porta do meu carro
-Se precisar de um amigo, sabe aonde me encontrar, estarei em São Paulo até o fim da semana... -Eu não podia voltar a vê-lo, meu emocional não suportaria
-Adeus Luan -Com lágrimas nos olhos, disfarçadas pelas gotas de água da chuva, entrei em prantos dentro do carro, dando partida e saindo dali o mais rápido possível. Aquele beijo com Luan, só me fez relembrar do quanto havíamos sido felizes juntos, dos momentos bons que havíamos vivido, e me fez enxergar o quanto estava infeliz agora. Por mais que eu tentasse negar, meu casamento com Thiago não passava de uma farsa, não tinha nada de verdadeiro entre nós, nenhum resquício de amor.

Deixei o carro na garagem e fui para meu apartamento. Por onde passava, uma poça de água vinha me acompanhando. Eu havia saído pela tarde de casa, e agora já se passavam das 21:15. Abri a porta do apartamento lentamente, as luzes da sala e da cozinha estavam completamente apagadas. Tudo parecia escuro, exceto o escritório de Thiago. Caminhei até lá a passos curtos, a porta estava escancarada e quando parei diante dela, minhas pernas tremeram. Thiago estava sentado no sofá de couro que havia lá, com uma garrafa de Whisky pelo meio em suas mãos. Ele me encarou, os olhos azuis me fuzilando, ele parecia furioso:
-Me desculpe pela demora, o trânsito estava péssimo...
-Você disse que estava no orfanato... -Assenti com a cabeça- Então, por que eu liguei para lá e uma das funcionárias me disse que você não esteve lá e que o garoto está bem?
-Thiago, não fique bravo comigo, por favor -Corri até ele. Eu não gostava de chateá-lo enquanto estava sóbrio, bêbado muito menos
-Você mentiu pra mim -Falou meio arrastado- Por que você faz isso?
-Eu não menti, eu juro... Você está cansado, vamos dormir? -O ajudei a se levantar do sofá. Apanhei a garrafa de suas mãos e a coloquei sobre a mesa. Apoiei seus braços em meus ombros e começamos a caminhar. Ele murmurava coisas que eu não conseguia entender. Em um movimento rápido, enquanto passávamos pelo corredor, Thiago me prendeu contra a parede:
-Thiago...
-Ei -Ele fez sinal com o dedo indicador para que eu não dissesse nada. Aos poucos o medo começava a me consumir- Sabe, depois que você saiu, eu vi o jornal...
-Viu? -Disse tentando não esboçar nenhuma reação
-Hunrum, e sabe quem eu vi passando no jornal local?
-Quem?
-O Luan, se lembra dele? Se lembra do seu ex namoradinho de merda? -Thiago subiu uma de suas mãos para meu pescoço. Droga!- Ai eu fiquei pensando, minha esposa some no mesmo dia que o ex dela também está na cidade, será que é coincidência? -Aquela altura, eu já não sabia mais o que dizer, só sabia que seguiria o conselho de Luan, e não me deixaria mais levar por Thiago. Estava na hora de ser feliz. [...]


Oieeeeee coisas lindas da minha life! ;)
Decidi postar mais rápido desta vez, primeiro porque vi que no capítulo anterior, uma nega criticou o fato de eu postar uma vez na semana, e as vezes, demorar um pouco mais. Olha, por mim, eu postaria todos os dias, mas o problema, é que o colégio está um pouco puxado, tem muitas provas pra estudar, enem tá chegando... Mas eu prometo que farei de tudo pra encontrar uma solução. E segundo porque eu vou viajar, e só quando voltar é que continuarei a postar.
A fic não vai demorar muito pra acabar agora. Eu tinha -e ainda tenho- muitas ideias pra ela, vou mudar algumas coisas e espero que vocês curtam muito o final.
Então é isso, bjss e até logo! ;)

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Capítulo 43

-Não acredito que é você... -Luan me fitava dos pés a cabeça- Pensei que... que nunca mais fosse te ver -Disse me encarando
-Você está... diferente -Comentei também o olhando. E como estava diferente! Aquele homem forte que estava bem na minha frente, não se parecia em nada com o menino franzino que eu havia conhecido
-Diferente bom ou diferente ruim? -Ele riu. Desde quando o Luan ficou tão soltinho assim? Sem saber o que responder, apenas lhe dei um rápido sorriso como resposta.
-A senhora conhece ele? -Breno puxou minha blusa, ao mesmo tempo que olhava fascinado para Luan
-Co... conheço sim, ele é...
-Um velho amigo -Luan completou por mim, nos olhando com atenção
-É... -Me abaixei para conversar com Breno que ainda se encontrava sentado- Já escolheu o tênis que você quer querido?
-Já, vou ficar com este
-Certo. Moça? -Chamei uma das funcionárias que observavam a mim e a Luan como estátuas. Desde que ele havia entrado, todas começaram a disputar pela sua atenção e para ver quem o iria atender, mas quando ele começou a conversar comigo, todas se mantiveram em silêncio.
-Sim? -Uma delas se manifestou
-Pode separar este para nós? -Entreguei a caixa com o sapato para ela
-Eu queria ir no banheiro... -Breno falou para mim
-A moça vai te levar, tudo bem? -Ele balançou a cabeça em afirmativa- Não se esqueça de lavar as mãos quando sair -Peguei no nariz dele brincando e ele riu
-Não vou esquecer -Ele se levantou com a ajuda se duas perninhas curtinhas, passou por Luan e pegou na mão da funcionária que o esperava, minutos depois eles sumiram de vista, enquanto seguiam por um corredor.
-Seu filho? -Luan perguntou calmamente, enquanto me encarava sério. O que eu deveria dizer? Que eu era estéril e que não podia ter filhos? Que eu e meu marido estávamos quase nos separando por causa desse meu defeito? Que nós brigávamos todos os dias porque eu iria adotar um menino que eu já considerava meu filho e ele apenas uma criança qualquer? Não, obrigada, eu não deixaria ele ter pena de mim:
-É, é sim -Respondi olhando na direção do corredor
-Ele é lindo, se parece com vocês... -Disse colocando as mãos nos bolsos do seu jeans- Vocês, ainda estão juntos? -O olhei confusa- Você e o Thiago? Ainda estão juntos? -Ele repetiu a pergunta, entendendo minha confusão
-Há, estamos sim... -Disse colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha
-Que bom, quanto tempo?
-Três anos... Mas e você?
-O que tem eu? -Luan me fitou
-Também se casou? -Ele riu alto com a minha pergunta
-Não!
-Namorando?
-No momento estou na pista pra negócios. Não fiquei com ninguém depois de você, quer dizer, não sério... -Ele tinha mesmo falado aquilo em voz alta? Olhei impaciente ao redor, por sorte, as funcionárias que trabalhavam ali, haviam se distanciado um pouco de nós, nos dando mais liberdade para conversarmos- E seu pai? Como está?
-Está bem
-Ainda em Londrina?
-Sim, nos vimos a alguns meses
-Você não voltou mais lá? Depois que se casou?
-Não, sabe, o meu consultório está sempre cheio, e viajar é meio difícil...
-Então você finalmente conseguiu montar seu consultório? -Luan sorriu
-É, eu consegui -Ri olhando na direção do corredor, ao perceber que Breno estava voltando
-Eu sei que você deve estar com pressa, e que aqui não é o lugar mais cedo pra isso, mas... Eu gostaria muito de poder me encontrar com você para conversarmos...
-Luan, eu não sei se...
-Por favor, eu gostaria muito de saber como você passou os últimos anos -Certo, eu devia aquilo a ele, não devia?
-Aonde?
-Faz assim -Ele coloco uma das mãos no bolso do seu jeans retirando de lá um cartão- Toma meu número, me liga amanhã á tarde que vou te passar o endereço direitinho, tudo bem?
-Tá
-Promete que vai ligar? Eu quero muito poder conversar com você -Ele me encarou cauteloso
-Eu vou ligar Luan, prometo... -Me afastei dele, me virando na direção do balcão, para poder pagar minha conta e sair logo dali
-Ei -Ele me chamou e eu o olhei rapidamente- Fiquei feliz em ver que você está bem
-Obrigada, eu também... -Sorri de lado, continuando meu trajeto até o balcão. Enquanto a moça finalizava minha compra, Breno se encontrava em papo contagiante comigo, juro que tentava dar a ele o máximo de atenção possível, mas estava sendo difícil me concentrar, ainda mais sabendo que Luan também estava ali. Nas duas vezes que me virei para trás, para conferir o que ele estava fazendo, o peguei me olhando. Certo, foi algo constrangedor. Depois de pagar a conta, a moça me entregou uma sacola com o produto e eu peguei na mãozinha de Breno -Que ainda conversava- para que pudéssemos ir embora.
A essa altura, Luan já estava sendo atendido. Ele parecia estar olhando alguns tênis, quando nos despedimos com uma rápida troca de olhares. Aquilo estava sendo sufocante.
Quando cheguei a entrada da loja, me deparei com dezenas de meninas enlouquecidas gritando o seu nome. Fiquei grata por nenhuma delas se lembrar de mim, já que eu havia trabalho durante alguns meses com Luan no lugar de Rober, bem na época que... Tudo bem, nada disso vem ao caso agora. Peguei Breno nos braços, e com a ajuda de alguns seguranças, consegui sair em segurança da loja, de repente, me vi perguntando se Well também estaria ali, logo me peguei sorrindo com o pensamento.
Antes de sairmos do shopping, comprei um soverte para Breno e só depois fomos embora. Ele não havia falado muito durante o caminho, eu muito menos, era como se ele percebesse que havia algo de errado comigo e realmente tinha algo errado. Desde que havia visto Luan, eu não me sentia mais eu mesma, era como seu eu tivesse acabado de me tornar outra pessoa:
-Chegamos -Disse a Breno quando estacionei o carro em frente ao orfanato
-A senhora vem me ver na segunda? -Ele perguntou tristinho
-Claro que venho! Eu sempre venho, não venho?
-Vem...
-Ei, logo, logo você vai vir morar comigo, na minha casa, e nós dois vamos nos divertir muito, te prometo! -Alisei o rostinho dele
-Eu me diverti muito -Ele sorriu
-Eu também querido
-Também gostei daquele amigo da senhora...
-Do Luan? -Falei surpresa
-Sim, gostei dele -Ele disse abrindo a porta do carro, já pronto para descer e ir na direção da diretora do orfanato que já o esperava no portão
-Ei, e o meu abraço e meu beijo? Não vou ganhar? -Pedi, e ele sorriu enquanto se inclinava no banco para me dar um abraço e um beijo na bochecha- Eu te amo Breno -Sussurrei alisando seus cabelinhos macios
-Também te amo tia Sté -Ele me deu uma última olhada e desceu do carro. Fiquei o observando enquanto ele corria até diretora e lhe mostrava contente o presente que havia ganhado. Eu não via a hora de ser legalmente a mãe daquele garoto, porque de certa maneira, ele também já se aceitava como meu filho.

Quando cheguei em casa, confesso ter ficado surpresa quando encontrei Thiago estirado no sofá da sala, já que ele quase nunca estava em casa:
-Por que demorou tanto? -Ele perguntou ríspido, enquanto me observava colocar as chaves do carro sobre a mesinha de centro
-Com Breno, no shopping, como fazemos todos os sábados, e você sabe disso -Respondi sem lhe dar muita atenção
-De novo esse garoto... -Thiago se levantou do sofá, desligando a televisão e indo em direção a cozinha. Ele usava apenas calça jeans, parecia bem casual e até um pouco caseiro -Não que ele fosse.
-Sim, o que tem ele? -Fui atrás dele, mesmo sabendo que outra briga estava prestes a começar
-Nada, eu não disse nada -Ele abriu a porta da geladeira, tirando de lá uma garrafa de água e enchendo um copo logo em seguida- Só, acho isso ridículo... -Disse enquanto bebia sua água
-Ridículo é você Thiago! Eu vou adotar esse garoto, por que eu o amo! Queira você ou não!
-Sabe que só vai conseguir adota-lo com a minha autorização... Até onde sei, os papeis também tem que ser assinados por mim
-Por que você faz isso? -Disse com os olhos marejando. Não reconhecia mais o homem com o qual havia me casado
-Simplesmente por que eu quero que você entenda que esse garoto, não vai suprir o vazio que nos assombra, apenas isso, não quero que se iluda pensando que tem uma chance de ser feliz, por que você não tem querida -Ele se aproximou alisando meu rosto- Eu não entendo como só você não consegue ver que tudo isso é apenas uma ilusão, que você criou na sua mente...
-A unica ilusão aqui Thiago, é o nosso casamento! -Disse com raiva e como consequência, sem pensar também. Rapidamente ele deslizou uma de suas mãos pelos meus braços e o agarrou com força
-Não seja ingrata Estella, você sabe que eu te amo, você sabe disso -Ele apertava meu braço com força, muita força
-Você está me machucando!
-Não subestime meu amor por você, você sabe que eu odeio quando você faz isso!
-Pensei que você tivesse dito que nunca mais me machucaria -Sussurrei, minha voz sumindo com a dor
-E eu vou, eu prometi a você que iria parar, mas é que as vezes, você... você me tira do sério Estella! -Suas mãos suavizaram, senti meu braço queimar a medida que ele me soltava- Mas você insisti em medir forças comigo! Eu não entendo por que você faz isso!
-Apenas me deixe em paz! -Sai correndo dali, indo até nosso quarto e me trancando lá. Comecei a chorar desesperadamente, como fazia quase todos os dias. Decidi que seria melhor tomar um banho, eu precisava relaxar. Enquanto me despia, parei em frente ao espelho e fiquei observando as manchas roxas espalhadas por meu corpo. Pernas, costas, braços... Havia marcas deixadas por Thiago por todos os lados. Desde a noite que brigamos pela primeira vez, ele não havia parado mais. Sempre que chegava bêbado ele me causava algum dano e no dia seguinte, caia arrependido aos meus pés. Hoje isso havia piorado, ele tinha a capacidade de me ferir mesmo estando sóbrio, bastava eu tentar testar sua paciência, ele não suportava ser testado.
Enquanto tomava meu banho, tudo o que consegui sentir foi ódio, pena de mim mesma, por ter permitido que tudo aquilo tivesse começado. Eu sei que o fato de nunca podermos termos filhos o chateava, mas isso não dava a ele o direito de me espancar. Eu nunca havia contado a ninguém, esperava que, já que eu tinha começado aquilo, conseguisse fazer com que ele parasse.
Depois que sai do banho, vesti minha camisola de seda e me sentei na beirada da cama, tudo o que conseguia fazer era chorar, chorar sem parar:
-Estella? -Ele me chamou do outro lado da porta- Por favor, me deixe entrar... Juro que não vou te machucar, nunca mais, eu prometo -Ele sempre dizia aquilo depois de ter me feito algo- Abra a porta, por favor... -Eu não o queria deixar mais zangado, então tudo o que fiz, foi me levantar e abrir a porta. Seus olhos azuis logo encontraram os meus, pareciam desesperados a procura de um pedido de perdão- Doeu? -Ele perguntou segurando o meu braço, no mesmo lugar que o havia apertado com força a alguns minutos atrás. Instintivamente fiz uma careta de dor, estava muito dolorido- Me perdoe, eu não quis fazer isso, você sabe que eu não quis -Calmamente ele me guiou até a cama, se sentou e fez com que eu me sentasse ao seu lado. Analisou meu braço. Depois abaixou uma alça da minha camisola, e observou outra mancha roxa em meu ombro, baixou a cabeça lentamente e a beijou, quando se levantou, seus olhos azuis me encaravam arrependidos- Tem mais? Mais manchas? -Balancei a cabeça em afirmativa- Me desculpe, por favor, me desculpe Estella, eu te amo, te amo tanto! -Ele me abraçou com força- Não me odeie, não me odeie... -Ele repetiu aquelas palavras várias vezes enquanto me abraçava, como sempre fazia- Eu não queria, mas... é mais forte do que eu -Algumas lágrimas saltitaram de seus olhos
-Só não faça mais, por favor, eu não consigo mais...
-Isso acaba hoje, eu prometo -Ele segurou meu rosto em suas mãos, me dando um beijo bem casto. Tudo o que poderia fazer, era rezar para que aquele pedido de desculpas durasse mais do que o anterior.

Domingo de manhã. Acordei com o sol raiando, Thiago ainda dormia ao meu lado. Me levantei cuidadosamente e fui até o banheiro, no espelho, observei mais uma marca em meu corpo, o local que Thiago havia apertado em meu braço estava completamente roxo, minha maior marca até agora e rezava para que não tivesse outras. Depois de escovar os dentes e lavar meu rosto, voltei para o quarto, onde vesti uma saia com pregas, vermelha, e uma blusa branca de manga longa, com detalhes de renda:
-Bom dia -Thiago disse, acordando aos poucos, enquanto eu fazia uma maquiagem leve em frente ao espelho
-Bom dia -Respondi calmamente
-Tudo bem? -Ele se levantou, caminhando até mim e dando um beijo em meu pescoço
-Estou... -Disse evitando encara-lo
-Você está linda assim -Ele me olhou
-Vou para a cozinha preparar nosso café -Disse me afastando dele, porém, me surpreendi quando ele me puxou pela mão e me beijou com fervor
-Não tenha medo de mim, eu não gosto disso...
-Eu não tenho -Me soltei dele e fui para a cozinha.
O começo de nosso domingo foi bem calmo, Thiago e eu ainda não havíamos brigado, e isso era quase um milagre. Tomamos café da manhã juntos, porém, em silêncio. Fiz o almoço, e depois de comermos, ele se trancou em seu escritório para organizar algumas papeladas do hospital.. Me sentei no sofá da sala, e no instante seguinte, me peguei pensando em Luan. Eu deveria ir vê-lo? Será que devia alguma explicação a ele? Será que poderíamos apenas conversar? Em memória dos bons tempos que tivemos? Não pensei duas vezes, se não desistiria. Corri até meu quarto. Tranquei a porta e vasculhando o cesto de roupas sujas, encontrei o número de Luan no bolso da minha calça jeans. O peguei e fui para o banheiro, fechei a porta e disquei o número, ao segundo toque, ele atendeu:
-Alô?
-Oi, sou eu, a Estella -Achei melhor não dizer seu nome, não queria que Thiago escultasse qualquer coisa. Ouve um minuto de silêncio
-Estella! Como você está? Tudo bem?
-Tudo... Eu liguei, porque... Queria saber se você ainda queria me ver...
-Mas é claro! Então você vem?
-Sim, mas para isso preciso do seu endereço -Ri
-Claro! -Sua risada contagiante amoleceu meu coração- Sabe onde fica Alphaville?
-Sei
-Então... -Luan me passou o endereço, e quando eu perguntei  de quem era a  casa que ele estava, ele não quis me falar
-Logo chego ai
-Tudo bem, vou te esperar -Nos despedimos. E quando sai de meu quarto, já tinha uma desculpa prontinha na cabeça. Parei em frente a porta do escritório de Thiago e bati -Ele não gostava que eu entrasse sem avisar:
-Oi -Disse abrindo a porta lentamente
-Oie -Respondeu olhando para a tela do computador, praticamente me ignorando
-Vou ter que sair...
-Aonde você vai? -Ele me encarou sério
-Breno está com febre e eu vou acompanha-lo no hospital...
-Alguém do orfanato pode fazer isso...
-Por favor Thiago -Me aproximei colocando minha mãos sobre seus ombros- Prometo que não vou demorar... Por favor, me deixe ver como meu menino está...
-Esse garoto... -Ele balançou a cabeça em negativa- Pode ir, mas por favor, não demore, eu tenho planos para mais tarde...
-Não vou, eu prometo -Dei um beijo em seu rosto. E quando fechei a porta do escritório, ele já estava novamente concentrado na tela de seu computador.

Demorei algumas horas até chegar a zona oeste da grande São Paulo, o tempo estava tampado, e provavelmente mais tarde iria chover. Com o endereço que Luan havia me dado, comecei a procurar pela casa que ele estava, provavelmente, preferiu passar o dia na casa de algum amigo, do que trancado em um quarto de hotel.
Não demorei muito para encontrar. Estacionei o carro e depois de descer, caminhei até a porta e toquei a campainha. Não demorou muito para que Luan surgisse na porta de calção jeans, camiseta branca e os cabelos um pouco desgrenhados, provavelmente ele estava bem á vontade ali:
-Obrigado por ter vindo... -Ele sussurrou, me olhando com um largo sorriso no rosto
-Era o mínimo que eu podia fazer, acho que estou te devendo isso...
-Por favor, entre... -Me deu passagem. Assim que entrei, me deparei com uma sala toda mobiliada, paredes devidamente decoradas e um leve cheiro de tinta pelo ar
-Gostou da decoração? -Ele sussurrou ainda atrás de mim
-Linda... -Me virei para olha-lo- Quem mora aqui?
-Daqui a alguns dias, eu
-Essa casa é sua? -Perguntei surpresa
-Sim, estou de mudança pra cá com a minha família
-Que legal Luan! Eu não sabia. Então, quer dizer que está deixando Londrina de vez?
-De vez não, você sabe o quanto gosto de lá, vou manter minha chácara... Mas da maneira que minha carreira está indo, fica mais fácil para mim morar aqui em São Paulo
-Eu entendo, e pelo visto, parece que você conseguiu chegar ainda mais longe, parabéns
-Obrigado -Um clima chatinho se estabeleceu entre nós dois- Quer conhecer a casa?
-Eu adoraria... -Luan caminhava na frente, enquanto me mostrava a bela vista que a casa oferecia, e todos os cômodos, com móveis escolhidos a dedo e uma decoração de tirar o fôlego. Depois que me mostrou toda a casa, fomos para a cozinha, onde ele me ofereceu um copo de creme de abacate:
 -Desculpe, é a única coisa que eu sei fazer! -Ele riu me entregando um copo
-Eu sei kkkk mas confesso que senti saudades do seu creme, é o melhor que já provei até hoje -Falei rindo, e depois de ver a maneira como Luan me olhava, me arrependi amargamente por ter dito aquilo- Como estão seus pais? Sua irmã? -Tentei mudar de assunto
-Estão bem... Tenho algumas fotos deles aqui no meu celular, você quer ver?
-Eu adoraria Luan -Fomos para a sala com nossos copos de vitamina e nos sentamos lado a lado no sofá, enquanto ele me mostrava todo orgulhoso as fotos da família
-Meu Deus! Como a Bruna cresceu! Ela está uma moça linda! -Disse admirada ao ver uma foto dela
-Tá mesmo, decidimos nos mudar pra cá, por causa dela também, já que ela começou a estudar teatro a alguns meses...
-Então quer dizer que agora, além de um filho cantor, o senhor Amarildo e a dona Marizete também vão ter uma filha atriz? -Brinquei
-Pois é... -Ele riu sem jeito
-Sabe, é meio difícil acreditar que você não tenha namorado sério com ninguém depois de mim -Eu sei, havia feito um comentário desnecessário
-Não tenho vontade de namorar, curtir é muito melhor...
-Curtir? -O encarei
-É, você sabe, uma noite apenas e nada mais
-Isso é sério?
-Por que é tão difícil de entender?
-Eu não sei, talvez porque quando nós... Não sei, você era tão romântico!
-Isso foi a três anos atrás, eu mudei, você mudou...
-Eu não mudei!
-O que quero dizer, é que porque vou ficar com uma pessoa, se posso ter todas as mulheres que quero, na hora que quero e do jeito que quero?
-Eu não acredito que você está me dizendo que acha o sexo mais importante que o amor... -O olhei indignada
-Pelo menos assim, eu não corro o risco de sair machucado -Ele estava me mandando uma indireta?
-Está insinuando que eu te machuquei? Nós já tínhamos terminado quando eu comecei a namorar o Thiago, e você sabe muito bem disso!
-O que estou dizendo, é que quando levo uma mulher pra cama...
-Eu sinceramente não quero ouvir detalhes das suas noites amorosas! -Me levantei brava- Você se tornou um idiota Luan! Nunca pensei que fosse ficar tão decepcionada com você! -Peguei minha bolsa, e me levantei indo em direção a porta, lá fora, a chuva já começava a cair
-Por favor, não vá agora -Luan me segurou pelo braço, justamente em cima do meu hematoma. A dor foi tão insuportável, que eu soltei um grito no mesmo instante
-Aiii! -Rapidamente Luan me soltou
-O que foi? Você está ferida? -Ele me olhou assustado
-Não foi nada, eu apenas... apenas bati com o braço na porta...
-Deixa eu ver...
-Não Luan!
-Me deixe ver Estella! -Ele disse bravo, mas ao mesmo tempo preocupado, se aproximando de mim. Fiquei quieta, enquanto ele dobrava as longas mangas da minha blusa, até visualizar a grande mancha roxa, soltei um gemido quando ele deslizou seus dedos levemente por cima
-Quem te fez isso? -Ele me olhava espantado
-Eu já te disse, eu bati sem querer na porta...
-Todo esse estrago não foi feito apenas por uma porta... Foi feito por alguém, uma pessoa... -Seus olhos castanhos congelaram nos meus- Foi o Thiago que fez isso com você? Foi ele que te machucou? [...]



Oie neguinhas! Como estão?
Mil perdões pela demora pra postar a fic, sei que estou uma semana atrasada, mas é que essa semana foi de provas no colégio e eu não tive tempo de postar =/
Gostaram desse capítulo???
O que Luan vai dizer quando descobrir que é o Thiago que provoca os hematomas dela???????? Rumos diferentes em?! haha
Comentem, que estarei de volta antes que vocês sintam minha falta! bjsssssss, Nati ;)