segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Capítulo 42

Antes de começarem a ler, gostaria de dizer que a nova fase da fic começa a partir desse capítulo. Confesso que a primeira fase foi um pouco cansativa -até mesmo para mim- mas prometo recompensá-los a partir daqui, ok?

E gostaria de aproveitar o espaço para divulgar essa fic maravilhosa ► "Se você não fosse minha alegria desistiria de você..." ◄ é linda! eu tô lendo e tô amando! *-* corre lá que ainda da tempo de acompanhar!

Espero que gostem da nova fase, boa leitura! ;)

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Narrado pela Estella

Depois da cerimônia, seguimos para um clube, aonde uma grande festa nos aguardava.
A festa estava bem animada, apenas com nossos parentes e amigos. Thiago agia como um super protetor, ele não largava minha mão por um segundo, e fazia questão de que todos me conhecessem.
A festa durou até o amanhecer, e assim que saímos de lá, já seguimos direto para o aeroporto, aonde um jatinho, alugado por Thiago, já nos esperava para nos levar para o local aonde passaríamos a nossa Lua de Mel.
Dormi a viagem toda, e só depois que chegamos a Búzios, foi que Thiago me acordou.
Até então, eu não fazia ideia de para onde iríamos, e para mim foi uma grande surpresa ele ter escolhido o Rio de Janeiro.
O lugar era lindo, o clima era maravilhoso. E apesar de não termos dormido nada desde o casamento, reunimos forças para andar pelas praias e curtir o primeiro dos nossos dez dias ali.
Eu nunca havia dormido com Thiago, e por alguma razão, pedi a ele que respeitasse o meu momento, e que ele só acontecesse depois do nossos casamento. Tudo bem que eu não era mais nenhuma mocinha inocente, mas eu tinha medo de me entregar e perde-lo também.
Naquela noite, fizemos amor pela primeira vez. Thiago foi um amor comigo, ele estava sendo tão carinhoso e romântico, era como se ele pensasse que fosse a minha primeira vez.
Depois de tudo, nos abraçamos um ao outro, até que ele finalmente pegou no sono. Eu por outro lado não conseguia pregar os olhos, alguma coisa estava me incomodando, e eu não fazia ideia do que poderia ser.
Peguei minha camisola do chão, a vesti e caminhei até a sacada do nosso quarto. A noite estava fria, e olhando para o céu, me dei conta de que o que realmente me incomodava, era o fato de que pensava ter visto o Luan em meu casamento. Não poderia ser ele, não tinha como ser ele! O que eu estava fazendo? Eu agora estava casada com Thiago, ele era meu marido e eu o amava. Mas por que lembranças do Luan insistiam em permanecer vivas em minha memória? Por que eu não conseguia esquecê-lo?
Rapidamente fui tirada de meus devaneios, por uma mão tocando a minha cintura:
-Por quê saiu da cama? -Thiago plantou um beijo no meu pescoço
-Eu só tive vontade de vir aqui para fora, queria olhar as estrelas... -Voltei meu olhar para ele
-Acho que ainda vai ter muito tempo para olhar as estrelas, não acha? -Ele me olhava divertido, com seus olhos azuis brilhantes e seus cabelos castanhos desgrenhados -Como os de alguém que havia acabado de acordar.
-Tem razão.
-Eu te amo Estella, sempre te amei -Ele alisou meu rosto com seu polegar
-Eu também te amo Thiago -Apoiei minhas mãos em seu peito
-Eu amo mais, não faz ideia do quanto estou feliz por você finalmente ser minha, apenas minha e de mais ninguém -Ele me puxou para mais perto dele, sentindo o cheiro dos meus cabelos- Minha...
-Assim você parece um maníaco Thiago -Falei rindo, porém, ele não pareceu ter gostado muito
-Maníaco? É isso que você acha que eu sou? -Ele falou sério... Sério até demais.
-Me desculpe, eu só estava brincando.
-Não gosto desse tipo de brincadeira -Ele me repreendeu- Que tal voltarmos para dentro? Está frio aqui fora, e tudo o que eu menos quero é que a minha mulher fique doente na nossa Lua de Mel -Ele deu um beijo casto em meus lábios
-Sério, me desculpe, não quis te ofender -Disse extremamente sem graça
-Você sabe que eu gosto de cuidar do que é meu, e desde que você aceitou isso -Ele segurou minha mão, passando seus dedos sobre minha aliança- Você se tornou minha, assim como eu me tornei seu...
-Certo
-O que foi? Você não parece muito contente -Ele segurou meu rosto entre suas mãos
-Não foi nada, acho que apenas estou cansada, sabe, da viagem, e além disso, ainda não consegui dormir nada
-Deveria ter deixado você descansar, mas sabe, não via a hora de te ter pra mim -Ele me fitava com seus lindos olhos
-Você foi um amor, obrigada -Me inclinei lhe dando um rápido beijo
-Eu sei -Ele rio- Vamos entrar? Ainda temos nove dias pela frente, e eu quero você disposta pra amanhã
-Tudo bem, vamos -Thiago pegou em minha mão, e me conduziu de volta ao nosso quarto, onde aproveitamos a nossa estadia, até o nosso último dia de Lua de Mel.

Logo em seguida nos mudados para São Paulo, aonde conclui minha faculdade de medicina, me especializando logo depois em Pediatria . Com a ajuda de Thiago, consegui abrir meu próprio consultório, a apenas alguns quarteirões do nosso apartamento.
Apesar de ele dizer que deveríamos ajuntar dinheiro para comprar uma casa nova, em uma área mais nobre de Sampa, eu fazia questão de atender meus pacientes quase de graça, as vezes, nem cobrava pela consulta, e logo no primeiro ano, associei meu consultório a um orfanato da região, aonde eu atendia todas as crianças, oferecendo o melhor que podia a elas e também a mim.
Lembro que depois de pouco mais de um ano casada com Thiago, eu disse a ele que queria ter filhos. A princípio, ele quase se engasgou com a comida quando eu fiz o pedido, disse que pensou que seríamos apenas nós dois durante algum tempo, mas logo em seguida cedeu, dizendo que seria bom ter alguém por ali pra bagunçar a casa.
Tentamos naquela noite mesmo, tentamos mais depois e depois, até que em um certo dia, enquanto o ajudava a organizar algumas papeladas do hospital, eu lhe dei a grande notícia: Eu finalmente havia engravidado.


Lembro que na hora ele surtou de alegria, telefonou para sua família, para dar a grande notícia, enquanto eu conversava com meu pai e ouvia os gritos de alegria de Marcela logo ao fundo.
Tudo parecia perfeito com a ideia de estar esperando um filho meu e do Thiago. Havíamos comprado uma casa, e o quarto do bebê já estava todo mobiliado, quando aos quatro meses de gravidez eu o perdi.
Os médicos disseram que o aborto havia sido espontâneo, e era normal, já que era a minha primeira gravidez. Todos ficaram abalados, meu pai, os pais dele, eu, mas Thiago ficou mais do que todos nós juntos. No começo, ele se afastou um pouco de mim, era como se me culpasse pelo que havia acontecido. Estava mais frio, e toda vez que alguém tocava no assunto ele tentava fugir.
Três meses depois, sobre recomendação do meu médico, criei coragens e sugeri a Thiago que tentássemos de novo. Era evidente que ambos estávamos com medo de tentar, mas aquilo serviu pra nos unir de novo. E tentamos, tentamos durante várias vezes, mas desta vez estava mais difícil, e dois meses depois, eu ainda não havia engravidado.
Decidimos procurar nosso médico, e depois de vários exames, tanto em mim como em Thiago, eles me disseram uma coisa que nenhuma mulher jamais gostaria de ouvir: Eu não podia ter filhos. Aquilo foi a gota d'água, Thiago se retirou aparentemente nervoso para um lado, enquanto eu me desmanchava em lágrimas.
A noite, quando chegamos em casa, Thiago me tratou como um lixo, brigamos feio -Nossa primeira briga séria- discutimos, e ele teve a ousadia de jogar na minha cara que aquilo tudo era culpa minha, apenas minha e de mais ninguém. Batendo a porta, ele saiu de casa, me deixando sozinha, desesperada, quase me sufocando com a minha própria dor. As horas foram passando, e nada de ele voltar para casa, tentei ligar durante várias vezes no seu celular, mas ele não me atendia. Meu maior medo, era o fato de considerar que alguma coisa terrível pudesse ter acontecido a ele. Não consegui pregar os olhos durante toda a noite. E somente quando o dia estava amanhecendo, que meus olhos estavam todo inchados e não me restava mais nenhuma lágrima para derramar, ele chegou. Estava bêbado, suas roupas estavam amaçadas, cabelos desgrenhados e no colarinho de sua camisa, a marca de um batom. Para mim, aquilo foi o fim, comecei a gritar com ele e a questionar várias coisas, quando em um rápido movimento, ele me empurrou, me fazendo cair no chão, mas antes de cair, bater a cabeça na mesinha de centro da sala e cortar a testa. Ele ficou desesperado, se agachou ao meu lado e me deitou em seu colo, onde começou a enxugar meu ferimento com sua camisa. Ele me pegou no colo, enquanto tudo o que eu sabia fazer era chorar, e me levou para a cozinha, aonde tomou todos os cuidados necessários comigo. Por sorte o corte não havia sido profundo e um band-aid serviu como curativo:
-Me perdoe, eu não quis te machucar, eu nunca faria isso -Thiago se ajoelhou no chão e começou a chorar em meu colo- Eu sei que eu fui um idiota com você, mas por favor, me perdoe -O cheiro de álcool dominava o seu hálito. Achei melhor não dizer nada, era evidente que ele ainda estava bêbado, e tudo o que eu menos queria agora era arrumar mais confusão. Esperaria até ele ficar sóbrio e depois conversaríamos.
-Está tudo bem -Disse receosa, acariciando seus cabelos
-Vo... você está com medo de mim? -Levantou sua cabeça, seus olhos azuis me encarando em pânico.
-Não Thiago, eu não estou com medo de você, está tudo bem, você não fez por querer
-Não quero que tenha medo de mim, por favor, você não... -Ele se levantou desorientado.
-Por favor, se acalme, está tudo bem, olha pra mim, já estou melhor -Ele veio em minha direção e me abraçou com força, depositando um beijo em meu curativo, e logo em seguida escorregando suas mãos para minha barriga:
-Eu só queria um filho, e você não pode me dar -Era incrível como o álcool dava as pessoas coragem para dizerem o que queriam dizer
-Eu sei
-Estou triste por isso, muito triste -Ele me olhava, seus olhos azuis distantes
-Eu sinto muito meu amor -O apertei a mim
-E com muita raiva também.
-Eu sei -Sussurrei sentindo raiva de mim também.
No dia seguinte conversamos, e ele se desculpou mil vezes pelo que havia me feito, porém, não havíamos mais tocado no assunto.
Uma semana depois, peguei toda a mobília do bebê e doei para o orfanato. Havia agora um quarto vazio em nossa casa. Um vazio que não dava pra suportar e após um tempo, voltamos para o nosso apartamento.
Nosso casamento não era mais o mesmo, Thiago bebia frequentemente, passava o dia inteiro trabalhando no hospital, sem contar que sempre chegava tarde em casa, quando tentava lhe telefonar, seu telefone só dava ocupado ou sem sinal, e eu comecei a suspeitar que ele estivesse me traindo. Talvez no fundo eu já soubesse.
Apesar dos tombos que a vida havia me dado, pouco mais de dois meses depois, uma das responsáveis pelo orfanato, apareceu em meu consultório com um lindo bebê recém-nascido. A mãe havia falecido durante o parto, e ela o havia levado ali para uma bateria de exames. Fiz tudo, e no fim conclui que o bebê era extremamente saudável. Ela disse que o encaminharia para a adoção, e na hora eu disse que estava interessada. Aquele bebê poderia ser a minha salvação, poderia ser a salvação do meu casamento com Thiago.
Naquele dia, quando cheguei em casa, preparei um jantar com tudo o que Thiago gostava, e como já era de se esperar, ele chegou tarde, e ficou espantado por me ver sentada a mesa ainda o esperando:
-O que faz acordada? -Perguntou seco
-Eu estava te esperando para jantar -Sussurrei o mais agradável que pude
-Não estou com fome -Ele caminhou na direção do quarto e eu fui atrás dele
-Na verdade, eu queria falar com você sobre um assunto
-Fale -Ele dizia com desdém, enquanto tirava sua gravata em frente ao espelho
-Eu gostaria muito de adotar uma criança -Disse de uma vez, e ele apenas se virou para me encarar
-Você está louca?
-É um bebê Thiago, a mãe faleceu e ele está sendo encaminhado para a adoção, eu entrei na fila e temos uma boa chance de ganhá-lo
-Estella, nós já falamos sobre isso, e eu disse que não quero criar o filho de ninguém, se não o meu, e você sabe que não podemos ter filhos!
-É um bebê! Nós podemos criá-lo do nosso jeito! Nós finalmente podemos ter o nosso filho Thiago! Será que não vê? -Segurava no colarinho da sua camisa
-Filho? -Ele rio- Quer saber, faz a merda que você quiser -Afastou minhas mãos dele- Só quero que ponha na sua cabeça que nós não podemos ter filhos, nós nunca vamos ter! E não vai ser uma criança órfã que vai preencher o lugar do nosso filho! Vê se entende isso! -Passou as mãos pelos cabelos- Já deveria ter se conformado, já que essa porra toda é culpa sua! -Ele gritou e saiu nervoso do quarto. Me sentei na cama e comecei a chorar. Não havia adotado aquele bebê, e anos depois, eu ainda me sentia péssima por não ter feito o que o meu coração me pediu, não só nesse, mais em todos os sentidos.

3 Anos Depois...

Com o passar dos anos, eu acabei percebendo que não tinha que fazer apenas o que Thiago quisesse que eu fizesse. Minha clínica havia crescido ainda mais, e com isso, eu consegui oferecer ainda mais suporte ao orfanato. Deus deveria gostar muito de mim, porque em pouco tempo, um garotinho desnutrido apareceu no orfanato, ele não conversava com ninguém. A primeira pessoa com a qual ele teve contato fui eu, e não demorou muito para que eu me apegasse aquele garotinho de olhos e cabelinhos castanhos.
Todos os dias, o visitava no orfanato e sempre que podia, o levava para passear comigo. Ele tinha três aninhos, e mesmo Thiago não sendo a favor, e já termos brigado várias vezes quando o assunto era o menino, eu estava pensando seriamente em adotar Breno.
Era sábado, e geralmente nos sábados, eu o buscava no orfanato e o levava ao shopping para fazer compras e se divertir, eu o adorava mimar.
Breno era filho de uma dona de casa doente, que depois de falecer, deixou o menino sem ninguém por ele no mundo. Ninguém além de mim.
Primeiro o levei ao parquinho, onde ele se divertiu em vários brinquedos, eu adorava ficar o observando, ele era tão lindo, tão pequeno, tão frágil. Quando estava com aquela criança eu me sentia mais completa, era como se eu descobrisse como era ser livre, era como se... se eu fosse mãe:
-Aonde vamos agora tia Sté? -Ele veio correndo na minha direção quando se cansou de brincar
-Que tal se fôssemos a loja? Comprar um tênis novo?
-Vai demorar?
-Não muito... e prometo que depois te compro um sorvete -Disse me agachando para ficar da altura dele
-Eu gosto de sorvete -Ele riu sapeca
-Eu sei que gosta, agora vamos! -Peguei em sua mãozinha e começamos a andar pelo shopping, até que encontramos uma loja de sapatos. Enquanto uma moça nos atendia, e ajudava Breno a experimentar alguns tênis dos personagens de desenho favoritos dele, ouvi a maior gritaria do lado de fora da loja
-O que está acontecendo tia Sté? -Breno me encarou confuso
-Eu não sei querido -Disse passando as mãos por seus cabelos lisinhos
-Será que a senhora pode me dar só um momentinho? -A moça me olhou- Um cantor acabou de entrar aqui na loja e eu tenho que recebê-lo
-Claro, tudo bem -A moça saiu em disparada na direção da entrada, e a cada segundo a gritaria só aumentava
-Gostou desse? -Me ajoelhei na frente do Breno e perguntei se ele havia gostado do tênis
-Eu queria experimentar o do Ben-10 -Disse apontando para o tênis que estava em uma caixa no chão
-Tudo bem, eu vou calça-lo para você -Enquanto calçava os tênis em Breno, nem me dei conta do que estava acontecendo lá fora, era como se tivesse saído do ar por alguns minutos e voltado apenas quando ouvi Breno conversando
-Você é cantor? -Ouvi ele perguntar derrepente
-Sou sim rapaizinho, e você é quem? -Aquela voz. Depois de tanto tempo eu pensei que não conseguiria mais reconhecê-la. Levantei minha cabeça lentamente e olhei para Breno, que tinha o rostinho inclinado para o lado, ele estava olhando para a pessoa- A senhora é mãe dele? -O homem tornou a perguntar, e eu vi que minha única saída era levantar e encara-lo.
Quando nossos olhares se encontraram, foi como se um raio tivesse nos atingido, nós não conseguíamos tirar os olhos um do outro. E apesar das minhas poucas mudanças físicas, eu sinceramente não esperava que ele fosse me reconhecer, mas por algum motivo, me reconheceu, como eu reconheci cada detalhe em seu rosto:
-Estella? É você mesma? -Meu nome em sua boca saiu quase como um murmúrio
-Oie Luan, sou eu... [...]


Oieeeeeeeee negas! *-* Tudo bem com vocês?
Seguinte, escrevi esse capítulo ontem de madrugada, mas só agora tive tempo pra postar, espero que tenham gostado :D
O que acharam dessa nova fase da fic? Já estava na hora de mudar né?! =/
Nessa fase, já se passaram três anos, o que indica que todos eles já não são mais adolescentes e sim adultos, é como se acontecesse nos dias de hoje.
Huum, o casamento da Sté com o Thiago parece que num vai muito bem né?! 
Tadinha, ela não pode ter filhos :( Mas é tão lindo ver a iniciativa dela em querer adotar uma criança...
E finalmente, depois de tanto tempo, ela e o Luan finalmente se reencontraram, qual será a reação dos dois? Será que ela vai querer falar com ele? Será que ele também mudou muito?
Comentem, critiquem, deem suas opiniões sinceras que logo, logo tem mais! ;) bjkas, Nati!

domingo, 21 de setembro de 2014

Capítulo 41

Thiago? O que Thiago teria ido fazer ali?
-Mande-o entrar -Arnaldo saiu da sala, e eu me encostei em minha mesa, olhando ansiosamente para a porta. Minutos depois, vi Thiago surgir por ela:
-Olá Luan -Ele acenou entrando e fechando a porta atrás de si
-O que você veio fazer aqui? -Cruzei os braços e permaneci o encarando
-Bem, acho melhor ser direto -Ele colocou as mãos nos bolsos do seu jeans- Fiquei sabendo que você esteve na casa da Estella ontem...
-E o que? Você não gostou? -Provoquei
-Não, eu não gostei. Mas se está pensando que ao fazer essas coisas você está me ameaçando, está muito enganado, afinal, não sei se ela te disse, mas nós dois vamos nos casar -Há não, aquilo de novo? Meu coração parecia ter sido atingido por uma flecha pela milésima vez- Pela sua reação, acho que ela já te disse, não é?
-Afinal, o que você veio fazer aqui? Veio jogar isso na minha cara?
-Talvez sim, talvez não, é difícil saber -Ele sorria sínico- Acho que eu só queria mostrar pra você que em toda essa história, eu fui o único que conseguiu sair vitorioso, e pra mostrar que não tenho mágoas, gostaria de te convidar pra ser padrinho do nosso casamento, ou se preferir, padrinho dos nossos filhos... -Eu estava a um passo de perder a cabeça, e agora ele havia conseguido me fazer chegar ao meu limite. Só de imaginar Estella se casando com aquele cara meu estômago já revirava, agora, filhos?
-Você não vale nada! -Forcei um sorriso olhando em sua direção
-Sério? Sabe, eu penso o mesmo de você -Estava por um triz. Me levantei lentamente e dei um passo na sua direção
-Eu não vou deixar que ela se case com um cafajeste como você!
-É tarde demais para fazer qualquer coisa Luan, ela já tomou sua decisão
-Ela ainda vai perceber quem é você, e depois disso...
-O que? Você vai tê-la de volta? Pelo que sei, ela não quer te ver nem pintado de ouro, de nós dois, você é o maior cafajeste aqui! -Agora já era. Avancei em Thiago o prendendo na parede e o segurando pelo colarinho da camisa
-O que você sabe a respeito disso?
-Tirando o fato de você tê-la traído, eu deveria saber de mais alguma coisa?
-Você esteve envolvido em tudo isso, não esteve?
-Você não tem nenhuma prova contra mim -Thiago me empurrou, fazendo com que eu me afastasse dele- Além disso, já é tarde demais, Estella e eu vamos nos casar, queira você ou não
-Se você magoá-la, eu...
-O único que magoou ela aqui foi você, portanto, deixe-nos em paz... -Ele me encarou e depois seguiu até a porta para sair da minha sala- Há, vai ser no mês que vem e ela faz questão de que você vá... -Ele riu e saiu. Me apoiei na parede e a esmurrei com força. Canalha! Se ele estava achando que eu iria desistir tão fácil assim dela, ele estava muito enganado.

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1 MÊS DEPOIS...

Era hoje. Finalmente o grande dia. Todos os preparativos para o meu casamento com Thiago já estavam prontos.
 A cerimônia ocorreria em menos de três horas, e enquanto vestia meu vestido, Marcela me esperava no quarto:
-Sté! Você está linda amiga! -Ela segurou minha mão, me fazendo dar uma voltinha. Meu vestido era todo de renda, de mangas longas, marcando bem minha cintura e um pouco rodado- Só está faltando uma coisa -Marcela caminhou até a cama e pegou o véu, o prendendo cuidadosamente em meus cabelos que estavam soltos, com vários cachos nas pontas. Quando o colocou e o soltou sobre meu rosto o cobrindo, ela se afastou para me olhar- Se Thiago não desmaiar quando te ver, será um milagre -Ela ria
-Você acha? -Falei um pouco desanimada
-Amiga, o que está acontecendo? Hoje é seu dia, seu casamento, porque será que eu não estou te achando feliz?
-Eu estou feliz Ma! É sério! -Comecei a andar pelo quarto- Eu só não tenho mais certeza se estou fazendo a coisa certa
-Você não quer mais se casar com o Thiago? É isso? -Marcela me encarava perplexa
-Eu não disse isso, eu só, eu só... -Por alguma razão, eu não conseguia dizer
-De saber como teriam sido as coisas com Luan? -Ela completou por mim- Você ainda o ama, não ama?
-Eu nunca vou deixar de ama-lo Ma.

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Estella iria se casar com Thiago em apenas algumas horas. Eu estava em Curitiba, havia acabado de me apresentar e estava indo em direção a Londrina, eu não poderia deixar que aquele casamento acontecesse:
-Falta muito Testa? -Perguntei a Rober que estava no volante. Havíamos saído escondidos, alegando que iriamos a uma festa, sem contar nada a ninguém
-Talvez ainda falte um pouco mais de uma hora... -Respondeu
-Cara, eu não posso chegar atrasado!
-Luan, você tem mesmo certeza de que quer fazer isso?
-Tenho. Como nunca tive tanta certeza na minha vida.
-Seus pais sabem que você está prestes a impedir um casamento? -Ele me olhou e apenas dei de ombros- Luan, num é por nada não, mas você é louco cara! -Louco por ela! pensei enquanto olhava pela janela do carro. Faltava pouco.

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Assim que terminei de me arrumar, segui juntamente com meu pai e Marcela para a igreja em que se realizaria meu casamento. Uma limousine me esperava do lado de fora de minha casa, e já dentro dela, meu pai não parava de falar no quanto eu estava parecida com minha mãe.
Já do lado de fora da igreja, enquanto segurava no braço de meu pai, eu não parava de olhar para os lados, era como se eu estivesse esperando alguém surgir. 
Quando meu nome foi anunciado e eu finalmente entrei ao som da marcha nupcial, todos os olhares se voltaram para mim. A maioria dos meus parentes e amigos estavam ali, sem contar a família e os amigos de meu noivo. Criei coragem e olhei para o altar, e lá estava Thiago, todo sério me encarando, ele parecia tão... ansioso? Nunca o havia visto daquela maneira antes.
Quando ficamos frente a frente, meu pai entregou minha mão a ele, deu um rápido sorriso e foi para seu lugar:
-Agora falta pouco -Thiago sorriu e nos viramos na direção do Padre, que estava pronto para começar a cerimônia.

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-Droga, a cerimônia já começou! -Falei, enquanto Rober estacionava o carro em frente a igreja. Todos já estava lá dentro.
-Qual é o plano?
-Que plano?
-Há não Luan, não me diga que você não tem um plano!
-Apenas me espere aqui, está bem? -Saltei do carro rapidamente, e corri em direção a igreja, sem dar mais nenhum tipo de explicação a ele.

Eu não poderia aparecer pela porta da frente, não agora. Mas por sorte, encontrei uma porta do lado de fora da igreja, que quando aberta, dava para um corredor, que ficava bem ao lado do altar, um lugar onde as pessoas que assistiam a cerimônia não poderiam me ver.
Só parei quando vi a imagem nítida de Estella a poucos metros de mim. Ela estava tão linda. Tão bela. E só então percebi o quanto a amava e sentia sua falta.
O Padre pediu que os dois trocassem as alianças. E a essa altura, tinha certeza que todos os olhares estavam voltados para ela e Thiago:
-Estella, quero que aceite essa aliança como prova do meu amor, para ama-la e respeita-la, na saúde e na doença, até que a morte nos separe. -Thiago falou enquanto colocava a aliança em seu dedo.


Estella estendeu a mão, e pegou outra aliança que estava dentro de uma caixinha que uma criança ao seu lado segurava, fazendo o mesmo com ela logo em seguida:
-Thiago, quero que aceite essa aliança como prova do meu amor, para ama-lo e respeita-lo, na saúde e na doença, até que a morte nos separe. Eu te amo. -Eu te amo? como assim? aquelas palavras pareciam ter soado com tanta verdade. Me encostei calmamente na parede, parecia que a qualquer momento eu fosse perder o equilíbrio.
Já não tinha mais certeza se eu teria coragem para fazer o que havia vindo fazer. Um turbilhão de coisas passavam por minha mente:
-Se alguém tiver alguma coisa contra a união desses dois jovens, que fale agora ou cale-se para sempre... -Era agora, minha deixa para entrar e acabar com tudo! Mas será que Estella iria querer que eu fizesse isso? Será que ela estava realmente bem com Thiago? Será que querer que ela voltasse para mim, seria pedir demais? Eu estava sendo egoísta? Eu já não podia responder.- Como ninguém tem nada a dizer, eu declaro vocês dois marido e mulher. Pode beijar a noiva -Os dois se entreolharam, e logo um beijo bem apaixonado surgiu. Não, não, eu realmente a havia perdido. Dava pra ver o quanto ela o amava. Lágrimas começavam a salpicar dos meus olhos, passei o braço sobre eles para secá-las, e sai dali antes que alguém me visse. Eu me sentia um idiota.

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Thiago me beijou de uma forma que nunca havia  me beijado antes, era como se ele quisesse mostrar a todos que estava ali o quanto me amava:
-Eu te amo tanto -Sussurrou calmamente, enquanto as pessoas comemoravam a nossa união com uma salva de palmas
-Eu também te amo -Disse, dando uma rápido olhada para o lado do altar, era como se eu tivesse visto uma pessoa desaparecer entre as sombras, parecia ser... Luan? Não, não podia ser ele. Não tinha como ser ele! Eu deveria estar vendo coisas.
-Esta tudo bem? -Thiago sussurrou alisando meu rosto, enquanto alguns parentes se aproximavam para nos parabenizar.
-Esta, esta sim... -Mas por algum motivo, não conseguia tirar meus olhos daquele corredor.

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Não falei com Rober. Apenas peguei um táxi e fui até a boate mais próxima que encontrei. Tudo o que eu queria hoje era encher a cara.
Foi fácil me infiltrar no meio das pessoas sem nenhum problema, era como se eu passasse despercebido aos olhos de todos.
Me sentei em um banco próximo ao bar e bebi, bebi, bebi, bebi muito! Tudo o que eu queria era poder esquecer a cena que havia visto a alguns minutos, mas a cada copo, ela parecia mais viva:
-Ei, vai com calma ai -Uma morena, muito bonita por sinal, se sentou ao meu lado- Problemas? -Ela fez sinal para o homem que estava atrás da bancada, trazer uma bebida para ela.
-Se ver a mulher que você ama se casando com outro homem for um problema, então sim, eu estou ferrado -Disse voltando minha atenção para ela, com um sorriso forçado no rosto
-Uau, nem posso imaginar como deve ser isso -Disse dando um gole na sua bebida
-Esse negócio de se apaixonar é uma droga! Você faz tudo pela pessoa, e no final...
-Você acaba em uma mesa de bar? -Ela completou por mim
-Sim
-Já tentou tentar não se apaixonar mais? Sabe, eu posso te ajudar com isso...
-Pode? -Peguei em sua mão a puxando para mais perto de mim
-Basta você dizer que quer
-Eu quero -A puxei para um beijo, e terminamos aquela noite juntos em um quarto de hotel. Havia me apaixonada por Estella, e por ela mesma havia tido meu coração partido. Com os romances que duravam apenas uma noite, eu não corria mais esse risco. E daí que eu ferisse o coração de alguém? Feriram o meu e ninguém se importou, porque eu me importaria? Além disso, é uma dor que eu pretendo nunca mais sentir. [...]


Por favor, não me matem pela terrível demora pra postar! Infelizmente, durante esses dias, a escola tem me deixado louca! Só sendo fim de semana pra postar mesmo...
Tentei fazer o máximo que pude nesse capítulo, e como devem ter percebido, adiantei bastante as coisas, e de agora pra frente, a fic irá mudar de fase.
Minhas ideias se desvairam nessa primeira fase, e eu espero que de agora pra frente mude.
OMG! Esttela e Thiago realmente se casaram! O.O
E Luan??? Como vai ficar em toda esse história?
O quê será do nosso casal?????
Comentem, que voltarei a postar o mais breve possível! bjsssssss, Nati.

sábado, 6 de setembro de 2014

Capítulo 40

ALGUM TEMPO DEPOIS...

Estávamos no meio do ano, e muitas festas de peão estavam acontecendo, minha agenda havia ficado completamente lotada durante quase três meses, e eu mal havia conseguido ir para casa nesse período. Também não consegui mais falar com Estella, desde aquele dia que nos vimos na festa. Durante um bom tempo, eu tentei ligar para ela todos os dias, mas sempre acusava que aquele número era inexistente, provavelmente ela o havia trocado. Sempre que falava com meus pais e principalmente com Bruna, perguntava se por acaso eles não a haviam visto, mas para o aumento da minha dor, eles sempre diziam que não. A única coisa que eu sabia, era que ela estava bem e que ainda continuava em Londrina, Marcela mesmo havia me dito, mas quando tentava entrar em mais detalhes, ela dizia que o que estava acontecendo, era Estella quem deveria me contar. O que estava acontecendo? Como assim? Eu realmente não fazia ideia.
Finalmente ficaria de folga durante poucos dias, antes de voltar a trabalhar, e nesse tempo, querendo ela ou não, nós iriamos conversar. Eu já não me aguentava mais de tanta saudade. Seus abraços, seus beijos, as noites que passamos juntos... Tudo ainda era tão vivo em minha memória, que meu maior medo, era de ter perdido tudo aquilo para sempre.
Enquanto o jatinho aterrissava, olhei pela janela, tentando imaginar o que diria quando estivesse frente a frente com ela. Será que ela ainda acreditava em toda aquela besteira de traição? Será que ela também pensou em mim, como eu pensei nela durante esses meses? E acima de tudo, será que ela ainda me amava? Eu ainda a amava, e confiava nisso cegamente, mas e ela? talvez de todas as perguntas, essa fosse a que eu mais tinha receio em fazer:
-Não vai descer Luan? -Rober falou me tirando de meus devaneios
-Claro -Me levantei pegando minha mochila e me levantando da poltrona
-Estava pensando longe, não estava? -Ele me encarou atencioso
-Eu não sei o que fazer, quero dizer, quando me encontrar de novo com a Estella
-Tenho certeza que na hora certa, você vai saber o que fazer
-Sabe Rober, eu fico me perguntando se ela ainda...
-Não seja tolo Luan! É lógico que ela ainda te ama, vocês foram feitos um para o outro
-Será que posso te pedir uma coisa?
-O que quiser amigão
-Eu sei que você vai se encontrar com a Marcela hoje, e eu sei também que ela não quer me contar o que está acontecendo com a Estella, mas será que...
-Ei, pode ficar tranquilo, eu juro que pedirei para ela avisar Estella de que você está aqui, e de que precisa muito vê-la
-Faria isso?
-Acho que é isso que os amigos fazem, não é?
-Obrigado Testa, serei eternamente grato por isso
-Garanto que ficarei mais feliz do que você, eu não aguento mais te ver clamando por isso todos os dias -Ele brincou- E olha que três meses é muito tempo pra ouvir a mesma baboseira -Riu
-Não vejo a graça, não é você que está com o coração partido.

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Era fim de tarde, e agora ventos frios sopravam nas janelas, avisando que uma tempestade estava para chegar. Estava sozinha em casa. Meu pai havia ido para um acampamento com alguns amigos do trabalho, e Thiago ainda se encontrava no hospital. Há, Thiago. Em tão pouco tempo, ele se mostrou um namorado maravilhoso, que eu nunca imaginei que um dia ele pudesse ser. Ele era brincalhão, educado, inteligente e muito carinhoso. Ele era muito atencioso, estava sempre presente e disposto a fazer tudo por mim. Meu pai aceitou nosso relacionamento bem, apesar de achar que eu poderia ter esperado um pouco mais antes de buscar por outra pessoa. Thiago era um amor, e com o tempo, acho que fui aprendendo a ama-lo também. Eu gostava quando ele estava por perto, ou quando ele simplesmente me fazia rir, eu me sentia mais... completa, era como se o vazio de alguns meses atrás finalmente houvesse sido preenchido. 
Ouvi o som das primeiras gotas de chuva respingando nas telhas, o frio rapidamente se manifestou, e eu me encolhi mais no sofá, enquanto estudava para as provas que estavam por vim. Medicina era algo maravilhoso, mas exigia muito de si, mas graças a Deus, eu podia contar com Thiago para qualquer coisa que eu tivesse dúvidas. Apesar de ele sempre dizer que eu deveria parar de trabalhar, para que tivesse mas tempo para mim mesma, eu ainda mantinha meu emprego no estúdio e o trabalho voluntário no hospital, eram coisas que eu amava, então, como podia simplesmente abandona-las? 
A chuva começou a ficar mais forte, e enquanto eu lia a primeira página de várias do meu livro, meu celular começou a tocar sobre a mesinha de centro. Marquei aonde havia parado e estendendo o braço o peguei, era minha amiga, Marcela:
-Oie Ma! Tudo bem? -Falei enquanto fazia algumas anotações
-Bem, está ocupada?
-Um pouco, eu estava estudando. O que há com você? Você parece... estranha.
-Estella, ele voltou e quer te ver.

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Lembro que estava no banho quando meu celular tocou. Era Rober, dizendo que Marcela havia conversado com Estella, e que ela havia concordado em me receber em sua casa. Não estava acreditando que finalmente iria vê-la novamente. Me vesti rapidamente, e depois de pegar a chave do carro sobre  o criado mudo, sai tão rápido de casa, que até esqueci de avisar minha família para onde estava indo.
As ruas estavam escuras, e a água que caia freneticamente das nuvens, não estava facilitando em nada minha visão, talvez por isso, tenha levado o dobro do tempo para chegar a casa de Estella.
Quando estacionei, senti meu coração bater mais rápido, acho que podia ouvi-lo em meus ouvidos. Eu ansiei tanto para vê-la, e agora, parecia que uma força inexplicável, arrancava de mim toda a minha coragem. Respirei fundo, eu precisava fazer aquilo, não só por mim, mas por nós, pelo amor que construímos juntos. Abri a porta do carro, e caminhei lentamente até a porta da entrada, sem me importar com a chuva que batia forte em minhas costas, eu estava ensopado.
Cheguei a varanda, e depois de exitar por um momento, bati. Um momento depois, ali estava ela, diante de mim, me olhando com seus belos olhos cor de avelã e seus longos cabelos castanhos, ela estava tão linda, de jeans, envolvida em uma camiseta de lã, tão branca quanto a neve, se misturando a sua pele:
-Oie... -Disparei. Não podíamos ficar ali parados, apenas olhando um para a cara do outro
-Oi Luan.
-Como você está?
-Excelente, e você? -Uau, desde quando ela havia se tornado tão fria?
-Acho que não preciso dizer como estou -Baixei o olhar e depois voltei a encara-la- Eu senti saudades...
-Por que não entra? Está frio ai fora e você está todo molhado -Realmente estava frio, mas eu só percebi isso depois que ela falou
-Com licença -Entrei. Era como se tivéssemos nos tornado completos estranhos.
-Quer que eu faça um café? -Ela perguntou
-Não, não precisa...
-Espere aqui, eu volto em um minuto -Ela saiu apressada até a cozinha, era como se estivesse tentando manter uma distância segura de mim. Achei melhor respeitar isso. Minutos depois ela retornou com a garrafa e duas xícaras. Serviu as duas e me entregou uma
-Obrigado -Agradeci, me encostando na parede, enquanto observava a água que escorria das minhas roupas molharem o chão- E desculpe pela bagunça
-Não tem problema -Ela se sentou no sofá, dando um gole no café e depois voltando a me encarar- Por que veio até aqui?
-Eu precisava vê-la
-Por quê?
-Por que eu ainda te amo e também, porque eu não poderia deixar as coisas terminarem daquele jeito
-Acho que agora é tarde demais pra isso Luan, eu... -Fiz um rápido gesto com a mão, impedindo que ela continuasse
-Olha, antes de dizer qualquer coisa, quero que saiba que eu não deixei de pensar em você por um segundo sequer, você pode não acreditar, mas, eu não trai você Estella, eu te juro...
-Luan, eu estou namorando outra pessoa -Suas palavras me pregaram desprevenido e eu pensei que meu mundo fosse acabar
-Vo... Você o quê?
-Você me ouviu, e eu sinto muito por isso, mas já encontrei outra pessoa
-Mas, por que? Você não me ama mais? Não sente mais nada por mim?
-O que você esperava depois de eu ter recebido aquele vídeo? Que continuasse feito uma idiota esperando por você?
-Que vídeo?
-Você sabe muito bem qual vídeo Luan, não se faça de bobo!
-Não, eu não sei
-Muito bem, vou te mostrar -Ela se levantou nervosa, vindo em minha direção e me entregando seu celular. Dei play e imagens minhas e daquela loira miserável apareceram, causando uma ideia totalmente contrária do que havia acontecido- Espero que tenha se divertido -Estella me encarava- Ainda está com ela?
-O quê? Não! Nunca existiu um nós! E esse vídeo... Não foi assim que aconteceu! Nós estávamos brigando!
-Brigando? Uau, gosto não se discute mesmo.
-Estou tentando dizer que não levei ela pra cama, nunca! Será que não percebe? De alguma maneira, essa mulher armou para nós! Eu não sei porque, mas ela queria nos separar...
-Bem, se era isso que ela queria, ela conseguiu.
-Quem é ele? -Perguntei sentindo minhas esperanças se desvaindo
-Ele quem?
-Seu namorado, quem é? -Ela baixou a cabeça, parecia lhe faltar coragem- Quem é? -Exigi saber
-Thiago -Suas palavras sairam em um curto sussurro
-Espera ai, você e Thiago...
-Não venha me julgar! Depois que recebi a droga desse vídeo, eu fiquei sem chão, fiquei com raiva e até senti ódio de você, mas Thiago sempre esteve lá, do meu lado, me apoiando...
-Você não o ama -Balancei a cabeça, parando-a
-Claro que amo! Quem é você pra me dizer isso?
-Você não o ama, apenas o tem como um refúgio...
-Está se ouvindo? -Eu precisava fazer alguma coisa, ou a perderia para sempre. Enquanto ela gritava comigo, avancei rapidamente sobre ela, tomando seu rosto em minhas mãos e depois seus lábios nos meus. Ela exitou por um momento, tentando me empurrar, mas depois, ela acabou sedendo por alguns instantes. Os instantes mais preciosos da minha vida. Seus beijos eram tão doces e suaves, seus lábios tão macios, eu poderia passar horas beijando-a sem parar. Tudo o que havia em minha mente naquele momento pareceu desaparecer, e só então eu percebi a profundidade do desejo que sentia por ela, da minha saudade, da minha ânsia em ama-la. Mas quando tudo pareceu que ia ficar bem, ela afastou seus lábios dos meus, debatendo suas mãos com força em meu peito. A soltei, e quando finalmente a encarei, ela me encarava perplexa:
-Por que fez isso?
-Eu precisava saber se ainda tinha algum sentimento por mim
-Você é um idiota Luan! Eu amo Thiago, eu estou com ele agora, pelo amor de Deus, tente entender isso!
-Que garantia pode me dar em relação a isso?
-Nós vamos nos casar, e tenho certeza de que quando duas pessoas se casam, é porque elas se amam!
-O quê? Você não pode se casar com ele Estella!
-E por que não? Por que você ainda não se conformou que tudo acabou?
-Por que você ainda me ama, eu senti em nosso beijo...
-Não significou nada, está bem?
-E o que vivemos? Não significou nada também?
-Será que pode parar com isso! Por que diabos você foi aparecer agora? Estava tudo indo tão bem! Thiago é um homem incrível, e talvez se você tivesse aparecido logo no começo, eu teria desistido de tudo e voltado para você, mas com o tempo, eu fui aprendendo a ama-lo de tal maneira, que não consigo mais imaginar minha vida sem ele, eu o amo, está bem?
-Me desculpe não ter voltado a te procurar, eu estava trabalhando...
-Eu sei, você sempre está -E por um momento, eu senti como se isso tivesse uma parcela de culpa na nossa separação também- Mas eu não te culpo, eu aceitei tudo isso quando começamos a namorar, é o que você sabe fazer de melhor, é a sua vida. Só quero que entenda que eu e Thiago estamos juntos agora, nos amamos, vamos nos casar e vamos começar uma vida juntos, e tudo o que eu menos quero, é que você interrompa isso.
-Será que pode me responder uma coisa? -A encarei apreensivo, enquanto ela acenava com a cabeça- Você ainda sente alguma coisa por mim? Por favor, me responda, eu preciso saber.
-Acho que apenas saudades dos momentos bons que tivemos
-Nada mais?
-Se quer saber se eu ainda te amo -Ela respirou fundo- Bem, eu ainda te amo sim, mas não é mais como se fosse necessidade, acho que a palavra certa seria compaixão, por mais que você tenha me magoado, eu quero que seja muito feliz, você é uma boa pessoa.
-Então é isso? É assim que tudo vai terminar? -Perguntei, os olhos cheios de lágrimas.
-Sim, é assim que vai acabar.
-Por favor, me de uma chance, nós...
-Luan, eu já me decidi, está bem? Só me prometa uma coisa? Que ainda vai ser muito feliz?
-Como eu posso ser feliz sem você? -Senti algumas lágrimas rolarem por meu rosto
-Por favor, apenas vá embora... -Caminhou até a porta. a abrindo para mim. Era incrível como ela havia esfriado comigo. Respirei fundo, indo em sua direção e parando em sua frente
-Não tem nada que eu possa fazer para muda-la de ideia? -A olhei com o último pingo de esperança que me restava
-Não.
-Sabe o quanto tudo foi real para mim, não sabe?
-Eu não sei mais o que pensar.
-Será que poderia me dar um abraço?
-Luan... -Antes que ela pudesse contestar, a puxei para um forte abraço, sentindo o cheiro embriagador de seus cabelos e da sua pele sensível
-Por que tudo isso teve que acontecer conosco? -murmurava em seu ouvido- Eu tinha tantos planos para nós...
-Sinto muito -Ela se apoio em meus ombros para me olhar, e logo depois se afastou- Apenas vá embora Luan -Passei pela porta, lhe dando as costas e parando por um momento e a olhando por cima do ombro- Eu te amo Estella Dotoli, sempre vou amar -Vi que ela ainda me observava, quando cheguei a meu carro e me debrucei sobre o capô derrotado, deixando as lágrimas rolarem por meu rosto, ao mesmo tempo que a água da chuva caia sobre mim, era como se houvessem se tornado apenas uma só. Mas era isso o que era, meu coração estava passando por uma tempestade sem fim. Havia acabado.

Havia passado horas, andando sem destino por Londrina, até voltar para casa. Meus pais e minha irmã me aguardavam na sala quando cheguei. Eu estava abalado demais para dar qualquer tipo de explicação, então por mais que estivessem preocupados, teriam que esperar até amanhã, apenas fui direto para meu quarto. Liguei o chuveiro e entrei com roupa e tudo nele. A água quente corria calmamente por mim, me causando uma forte agonia. Esmurrei com força a parede, sabendo que agora não cabia mais a mim tenta-la faze-la feliz.

No dia seguinte levantei cedo. Sabia que eu estava em casa para descansar, mas tudo o que eu não queria agora, era ter que tolerar as perguntas incessantes da minha família, e muito menos ficar trancado dentro do meu quanto chorando pelo leite derramado. Eu precisava me distrair. Por isso, logo depois de tomar meu café da manhã, segui para a central. Como cheguei cedo, apenas os seguranças se encontravam lá, e ficaram surpresos ao me verem. Os cumprimentei e fui diretamente para a minha sala. Me sentei lá, e permaneci horas lendo várias cartas de fãs que haviam sido enviadas até lá para mim. Tudo o que elas escreviam era bastante acolhedor e exalavam força, era quase como se elas pudessem sentir o que estava acontecendo comigo. Uma batida na porta tomou minha atenção:
-Bom dia Luan -Era Arnaldo, ele trabalhava comigo na central- Desculpe entrar assim, mas os seguranças me avisaram que você chegou bem cedo aqui hoje.
-Não se preocupe, eu apenas precisava te um momento comigo mesmo
-Só vim avisar que tem uma pessoa ai fora querendo falar com você Luan -Será que era Estella?
-Quem é? -Perguntei ansioso
-É um homem, e disse que se chama Thiago. [...]

Alôôôôô meu povo! \õ/ Como estão? Mil perdões pela demora, mas é que a semana passada foi super apertada pra mim, e num tive tempo de postar =/ sorry.
Uau, como as coisas mudam de uma hora pra outra né?! 
Como assim Thiago e Estella vão se casar?
E Luan? Como vai ficar nessa história toda? Será que tudo acabou?
E o que será que o Thiago foi fazer na central? Vai rolar briga?
O que posso adiantar, é que talvez no próximo capítulo a fic já mude de fase -Está mais do que na hora né?!
Espero de coração que vocês estejam curtindo, e até logo ;) bjim, Nati.